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FMI sugere controle do câmbio por meio de medidas fiscais
Relatório revisa para cima a previsão de crescimento do PIB brasileiro neste ano
ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
O FMI afirmou ontem que
o Brasil e a América Latina
precisam adotar novas medidas para lidar com o câmbio
diante do intenso fluxo de capitais externos, usando não
só políticas monetárias, mas
principalmente exercitando
instrumentos fiscais.
A sugestão está no "World
Economic Outlook" (Panorama da Economia Mundial),
relatório divulgado às vésperas das reuniões anuais do
Banco Mundial e do FMI em
Washington.
O texto afirma que "o aperto fiscal ajudará o Brasil a
agir contra o risco de supervalorização cambial" e que,
"dados os desafios do forte e
persistente fluxo de capitais
externos, instrumentos fiscais funcionarão melhor do
que os monetários".
O Brasil elevou nesta semana impostos sobre determinados investimentos estrangeiros para evitar a valorização do real em meio ao
crescimento do fluxo de capitais estrangeiros.
Olivier Blanchard, diretor
econômico do FMI, declarou
que há espaço para o controle de capitais que o Brasil
vem tentando fazer, mas que
ele é limitado à direção do
fluxo, não ao seu volume.
Blanchard lembrou também que, após a crise econômica, "o reequilíbrio externo
vai implicar a valorização de
um grande número de moedas de países emergentes".
O Banco Mundial também
reforçou a importância de a
América Latina e o Brasil desafogarem políticas monetárias para agir no câmbio. Augusto de la Torre, economista-chefe do Bird para a região, disse que é preciso partir para o arrocho fiscal: "O
ritmo do crescimento do gasto corrente precisa se desacelerar e ficar um pouco menor
que o PIB nominal".
PROJEÇÕES
O relatório do FMI publicou também revisões das
projeções de crescimento das
economias mundiais. Para o
Brasil, a projeção ficou em
7,5% em 2010 (aumento de
0,4 ponto percentual do estimado em julho). A previsão
de crescimento global foi revisada de 4,6% para 4,8%.
O FMI estima que o PIB
brasileiro sofra uma desaceleração em 2011, crescendo
4,1%. A previsão geral caiu
de 4,3% em julho para 4,2%.
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