São Paulo, quinta-feira, 08 de setembro de 2011

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Não compro nada no Brasil, diz paulistana

VERENA FORNETTI
DE NOVA YORK

No terceiro andar do terminal de ônibus Port Authority, de onde sai a linha para o outlet de Woodbury Common, a cerca de uma hora e meia de Nova York, a língua que mais se escuta é o português.
Brasileiros se enfileiram, empurrando malas vazias que quase chegam à cintura.
A dentista Luciane Hirota, 33, planejava encher a sua economizando 50%.
Luciane, que mora em São Paulo, fez a primeira viagem ao exterior há três anos e desde então viaja a cada seis meses. "Não compro mais nada no Brasil", afirma.
Pagar metade do preço também motivou o advogado Luis Rodrigo Almeida, 28, a embarcar para os Estados Unidos.
"Já tínhamos vindo para comprar o enxoval do bebê e agora voltamos para montar nosso apartamento", disse, enquanto examinava panelas e talheres da Le Creuset ao lado da mulher.
Na Diesel, a vendedora relata que a maior parte dos clientes vem do Brasil.
"Eu não sei por que, mas todas as brasileiras pedem o mesmo modelo, Cherock", diz ela, mostrando a peça de cintura baixíssima vendida por US$ 137 (R$ 219).
Na mesma loja, outro vendedor recebia um grupo de brasileiros perguntando qual era o tamanho de calça que vestiam no Brasil, dizendo em seguida o número correspondente nos EUA.
A poucos passos, na Tag Heuer, os atendimentos eram feitos todos em português.
O economista Roberto Rocha, 68, de Brasília, diz que os tributos inviabilizam comprar no Brasil. "Você compra camiseta de grife aqui por R$ 60." É a segunda viagem dele com a família ao exterior no ano. Em cada uma, gastou cerca de R$ 25 mil.

LIMUSINE
Orlando Aragão, que aluga limusines para levar consumidores às compras no outlet, diz que os brasileiros "dominam".
"Depois dos chineses e dos coreanos, os brasileiros são o número 1 nas lojas."
Ele cobra US$ 60 por pessoa para esperar os clientes comprarem por oito horas.


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