São Paulo, sábado, 08 de outubro de 2011
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commodities RS ganha 70% mais vinícolas em uma década Expansão se deve à alta do consumo e à entrada de novos investidores 'Empresários de outras áreas trazem a experiência em negócios para o mundo do vinho', diz enólogo ALESSANDRA KIANEK ENVIADA ESPECIAL À SERRA GAÚCHA Nos últimos dez anos, três novas vinícolas nasceram por mês, em média, no Rio Grande do Sul -Estado responsável por cerca de 90% da produção de vinhos do país. Atualmente, são 751 empresas, com aumento de 70% de 2001 para cá, de acordo com o cadastro vinícola realizado pelo Ministério da Agricultura e pela Secretaria da Agricultura do Estado. O principal motivo da entrada de novas empresas, que na maioria são de pequeno porte e com baixa produção por hectare, é o bom momento do setor no país. "A atividade está aquecida. A qualidade aumentou. E o governo passou a dar mais condições de financiamento para investir em máquinas e em tecnologia", diz João Valduga, proprietário da vinícola Casa Valduga. Para Júlio Fante, presidente do Ibravin (entidade do setor), as empresas viram uma oportunidade de melhorar a receita. "É um processo de crescimento." A expansão se deve à entrada de investidores de outros setores da economia e à decisão de produtores de uva, que antes as vendiam para outras vinícolas, de fabricar seu próprio vinho. "Os empresários de outras áreas trazem na bagagem a experiência em negócios, em gestão, e levam a profissionalização para o mundo do vinho", diz Flavio Pizzato, enólogo e diretor da Pizzato. Segundo Mauro Zanus, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, "eles já ingressam com uma estrutura de alta tecnologia, o que favorece a qualidade da produção". O empresário Deunir Luis Argenta, que atua no setor de postos de combustíveis, resolveu investir em uma "paixão antiga". Com o irmão, comprou as terras da antiga Granja União, em Flores da Cunha, e criou a vinícola Luiz Argenta. A vinícola, instalada dentro de uma rocha, com arquitetura moderna, ficou pronta em 2009. "Trouxemos para a vinícola tecnologias desenvolvidas nos postos de combustíveis, como o controle de temperatura nos tanques", diz Argenta. IMIGRANTES O agropecuarista gaúcho José Antônio Peterle, descendente de imigrantes italianos -com o "vinho no sangue", como diz-, resolveu diversificar a atividade e resgatar sua origem. Em 2002, começou a implementar os seus vinhedos em Dom Pedrito e criou a vinícola Dunamis. Após safras experimentais, lançou o primeiro produto no mercado no final de 2010. "O vinho é como os casamentos à moda antiga, é um negócio de longo prazo." Em 2000, a Quinta Don Bonifácio, de Caxias do Sul, começou a produzir uvas e as vendia para outras vinícolas. Sete anos depois, a família começou a vinificar os próprios vinhos e espumantes. "Com o aumento do consumo pelos brasileiros, impulsionado pela entrada das bebidas importadas, enxergamos um novo nicho de negócio", diz Marina Libardi, diretora comercial da vinícola e sobrinha dos fundadores. Antoninho Calza, proprietário da vinícola que leva seu sobrenome, em Monte Belo do Sul, produzia vinhos para outras companhias. "As empresas foram vendidas e ficamos sem ter para quem comercializar. Tivemos de achar uma saída. Ampliamos a vinícola e investimos em tecnologia para lançar nosso produto", diz Calza. Apesar do aumento do número de rótulos, a maioria ainda é desconhecida pelos brasileiros. Os empresários encontram dificuldades de logística e de distribuição para levar seus vinhos além das fronteiras da região Sul. A jornalista ALESSANDRA KIANEK viajou a convite do Ibravin. Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Suco de uva avança no mercado do vinho comum Índice | Comunicar Erros |
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