São Paulo, quarta-feira, 09 de fevereiro de 2011

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Safra supera La Niña e tem boa produtividade

O fenômeno climático La Niña não deve prejudicar a produtividade da próxima safra de grãos no Brasil.
Segundo levantamento da consultoria Informa Economics FNP, o rendimento deve ficar acima da média dos últimos cinco anos.
Para a soja, a consultoria elevou a estimativa de 47,2 sacas por hectare, divulgada em dezembro, para 47,6 sacas. Nos últimos cinco anos, o rendimento médio ficou em 45,4 sacas por hectare.
Na safra 2009/10, que contou com clima extremamente favorável para o desenvolvimento das lavouras, o rendimento foi recorde: 48,8 sacas de soja por hectare.
Cenário semelhante vale para o milho. Para a safra de verão, a produtividade brasileira deve ficar em 70,3 sacas por hectare, segundo a nova estimativa da FNP, ante 69,8 sacas em dezembro. A média em cinco anos é de 64,5 sacas. Na safra 2009/10, o rendimento ficou em 73,5 sacas.
"Para um ano de La Niña, o resultado é muito bom", diz Aedson Pereira, analista de grãos da Informa Economics FNP. Na safra 2008/09, também atingida pelo La Niña, o rendimento da soja ficou em 43,8 sacas; o do milho, em 60,5 sacas.
Segundo ele, as estimativas foram revisadas no último mês devido ao clima. "Choveu o suficiente em janeiro para garantir que as lavouras no país-até mesmo em algumas regiões do Rio Grande do Sul- apresentassem boa produtividade."
Em dezembro, o volume de chuvas ficou abaixo da média histórica, o que gerou preocupações sobre a produção na América do Sul.
Além de o nível das chuvas não ter sido tão baixo como o esperado, o aumento dos investimentos na produção contribui para o melhor rendimento. Os bons preços dos grãos, verificados a partir do segundo semestre de 2010, possibilitaram o investimento em tecnologia.

Safrinha menor A área para a segunda safra de milho deve cair no Centro-Oeste. Em Sorriso (MT), a redução deve chegar a 32%, para 170 mil hectares, segundo a Informa Economics FNP. Em vez do milho, muitos produtores devem optar pela segunda safra de algodão.

No atacado As commodities foram destaque de alta no IGP-DI de janeiro (2,46%, ante 0,74% em dezembro). Só o preço do algodão em caroço aumentou 18%.

No varejo O IPCA, divulgado ontem, mostrou que o prejuízo nas lavouras chegou ao consumidor. O preço do tomate subiu 27% em janeiro; o da cenoura, 22%.

Mais caro O preço do café acumula boa alta neste ano tanto no país como no exterior. Em Nova York, o aumento é de 5%. Segundo pesquisa da Folha, no país a saca de 60 quilos chegou a R$ 500 ontem -alta de 21%.

Efeito China A nova alta da taxa de juros na China teve reflexo no mercado de açúcar em Nova York. O primeiro contrato caiu 4,6% ontem, para 31 centavos de dólar por libra-peso. Há temores de que o aperto monetário reduza a demanda.

Baixa oferta Mas a consultoria alemã F.O Licht avalia que o mercado de açúcar ainda está em "situação delicada", após revisar para baixo a projeção para a produção de Brasil, Índia, Austrália e China em 2010/11. A previsão é de produção global de 165,1 milhões de toneladas nesta safra, diz a Reuters.

PRATA
+3,15%
Ontem, em Nova York

CHUMBO
-2,91%
Ontem, em Londres

TATIANA FREITAS (interina) com KARLA DOMINGUES


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