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Investimento tem maior alta desde 1996
Retomada de projetos industriais e câmbio favorável à importação de máquinas produzem expansão de 26%
Estímulo fiscal, reforço de estoques e número fraco do primeiro trimestre de 2009 incrementam resultado
DO ENVIADO AO RIO
DO RIO
Sem sentir o impacto da alta dos juros iniciada em abril,
os investimentos cresceram
no primeiro trimestre de 2010
graças à retomada de projetos industriais, ao estímulo
do governo à construção civil
e ao câmbio favorável à importação de máquinas.
Esses efeitos resultaram
numa expansão de 26% dos
investimentos nos três primeiros meses do ano ante
igual período de 2009
-maior taxa da série histórica do IBGE, iniciada em 1996
nesse tipo de comparação.
Beneficiada também pelo
incremento da produção de
máquinas e equipamentos, a
indústria avançou em nível
recorde -14,6% ante o primeiro trimestre de 2009.
Impulsionou ainda o desempenho do setor a redução
do IPI de veículos, eletrodomésticos e material de construção, que detonou uma forte antecipação de consumo.
Com isso, as fábricas
apressaram a recomposição
de estoques para atender aos
pedidos do comércio, setor
que cresceu 15,2% ante o primeiro trimestre de 2009.
O impacto do IPI reduzido
se espalhou pela cadeia de
fornecedores e turbinou a
produção de autopeças, borracha, plástico, aço e outros.
"O estímulo fiscal teve um
peso considerável no resultado da indústria", diz Rafael
Bacciotti, economista da
Tendências Consultoria.
O setor foi melhor do que
agropecuária e serviços -altas de 5,1% e 5,9% ante o primeiro trimestre de 2009, respectivamente. É que ambos
haviam sentido menos os
efeitos da crise em 2009.
Tanto os investimentos como a indústria já zeram as
perdas provocadas pela crise. Os dois recuperaram o patamar anterior ao quarto trimestre de 2008, quando a crise tomou proporções globais.
Um dado negativo é o descompasso entre o crescimento de importações e exportações -que subiram 13,1% e
1,7%, respectivamente, ante
o último trimestre de 2009.
Isso resultou em uma necessidade de financiamento
externo da economia (via ingresso de dólares) de R$ 25
bilhões no primeiro trimestre
do ano, a maior desde 2000.
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