São Paulo, quarta-feira, 09 de junho de 2010

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Investimento tem maior alta desde 1996

Retomada de projetos industriais e câmbio favorável à importação de máquinas produzem expansão de 26%

Estímulo fiscal, reforço de estoques e número fraco do primeiro trimestre de 2009 incrementam resultado


DO ENVIADO AO RIO
DO RIO

Sem sentir o impacto da alta dos juros iniciada em abril, os investimentos cresceram no primeiro trimestre de 2010 graças à retomada de projetos industriais, ao estímulo do governo à construção civil e ao câmbio favorável à importação de máquinas.
Esses efeitos resultaram numa expansão de 26% dos investimentos nos três primeiros meses do ano ante igual período de 2009 -maior taxa da série histórica do IBGE, iniciada em 1996 nesse tipo de comparação.
Beneficiada também pelo incremento da produção de máquinas e equipamentos, a indústria avançou em nível recorde -14,6% ante o primeiro trimestre de 2009.
Impulsionou ainda o desempenho do setor a redução do IPI de veículos, eletrodomésticos e material de construção, que detonou uma forte antecipação de consumo.
Com isso, as fábricas apressaram a recomposição de estoques para atender aos pedidos do comércio, setor que cresceu 15,2% ante o primeiro trimestre de 2009.
O impacto do IPI reduzido se espalhou pela cadeia de fornecedores e turbinou a produção de autopeças, borracha, plástico, aço e outros.
"O estímulo fiscal teve um peso considerável no resultado da indústria", diz Rafael Bacciotti, economista da Tendências Consultoria.
O setor foi melhor do que agropecuária e serviços -altas de 5,1% e 5,9% ante o primeiro trimestre de 2009, respectivamente. É que ambos haviam sentido menos os efeitos da crise em 2009.
Tanto os investimentos como a indústria já zeram as perdas provocadas pela crise. Os dois recuperaram o patamar anterior ao quarto trimestre de 2008, quando a crise tomou proporções globais.
Um dado negativo é o descompasso entre o crescimento de importações e exportações -que subiram 13,1% e 1,7%, respectivamente, ante o último trimestre de 2009.
Isso resultou em uma necessidade de financiamento externo da economia (via ingresso de dólares) de R$ 25 bilhões no primeiro trimestre do ano, a maior desde 2000.


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