São Paulo, quarta-feira, 09 de junho de 2010

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Venezuela adota hoje o "dólar paralelo"

Moeda norte-americana flutuará dentro de uma banda de preços definida diariamente

DE CARACAS

O Banco Central da Venezuela promete iniciar hoje o novo sistema para a cotação do chamado "dólar paralelo", que flutuará dentro de uma banda de preços definida diariamente e indexada ao valor dos bônus soberanos da dívida do governo e da estatal PDVSA no mercado internacional.
Há três semanas o governo resolveu intervir no "câmbio paralelo", o único que flutuava livremente no país, quando a cotação alcançou recorde histórico: US$ 1 fechou valendo 8,2 bolívares fortes.
A divisa paralela tem impacto direto na composição de preços da Venezuela, já que ao mercado também recorrem importadores -entre 15% e 40% do universo total- que não conseguem moeda estrangeira no sistema de cotação oficial.
Há dois câmbios em vigor desde janeiro: 2,6 bolívares fortes por US$ 1 para bens essenciais, e 4,3 bolívares fortes por US$ 1 para os demais.
O dólar paralelo também era o caminho usado por investidores pequenos e grandes que queriam proteger suas economias e capital da inflação e da pouca confiança no bolívar.
Ontem, o presidente do Banco Central, Nelson Merentes, afirmou que pessoas físicas terão acesso ao novo sistema, mas indicou que os pedidos serão atendidos de acordo com "necessidades", e não "para especulação".
O valor mínimo para negócios será de US$ 1.000.
Dadas as restrições, analistas avaliam que o novo esquema é positivo, pela maior transparência em relação ao anterior, mas alertam que haverá mercado negro de dólares, a ser usado principalmente por pessoas físicas.
A expectativa do governo Hugo Chávez é que o novo sistema ajude a diminuir a pressão inflacionária.
A inflação em maio fechou em 2,6%, menos da metade de abril. Entre janeiro e maio, a Venezuela acumula inflação de 14,2%, numa economia cujo PIB (Produto Interno Bruto) recuou 5,8% no primeiro trimestre do ano.
(FLÁVIA MARREIRO)


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