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Venezuela adota hoje o "dólar paralelo"
Moeda norte-americana flutuará dentro de uma banda de preços definida diariamente
DE CARACAS
O Banco Central da Venezuela promete iniciar hoje o
novo sistema para a cotação
do chamado "dólar paralelo", que flutuará dentro de
uma banda de preços definida diariamente e indexada
ao valor dos bônus soberanos da dívida do governo e
da estatal PDVSA no mercado internacional.
Há três semanas o governo
resolveu intervir no "câmbio
paralelo", o único que flutuava livremente no país, quando a cotação alcançou recorde histórico: US$ 1 fechou valendo 8,2 bolívares fortes.
A divisa paralela tem impacto direto na composição
de preços da Venezuela, já
que ao mercado também recorrem importadores -entre
15% e 40% do universo total- que não conseguem
moeda estrangeira no sistema de cotação oficial.
Há dois câmbios em vigor
desde janeiro: 2,6 bolívares
fortes por US$ 1 para bens essenciais, e 4,3 bolívares fortes por US$ 1 para os demais.
O dólar paralelo também
era o caminho usado por investidores pequenos e grandes que queriam proteger
suas economias e capital da
inflação e da pouca confiança no bolívar.
Ontem, o presidente do
Banco Central, Nelson Merentes, afirmou que pessoas
físicas terão acesso ao novo
sistema, mas indicou que os
pedidos serão atendidos de
acordo com "necessidades",
e não "para especulação".
O valor mínimo para negócios será de US$ 1.000.
Dadas as restrições, analistas avaliam que o novo esquema é positivo, pela maior
transparência em relação ao
anterior, mas alertam que
haverá mercado negro de dólares, a ser usado principalmente por pessoas físicas.
A expectativa do governo
Hugo Chávez é que o novo
sistema ajude a diminuir a
pressão inflacionária.
A inflação em maio fechou
em 2,6%, menos da metade
de abril. Entre janeiro e maio,
a Venezuela acumula inflação de 14,2%, numa economia cujo PIB (Produto Interno Bruto) recuou 5,8% no
primeiro trimestre do ano.
(FLÁVIA MARREIRO)
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