São Paulo, quinta-feira, 09 de junho de 2011

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Investidor doméstico "foge" da Bovespa

Queda de quase 7% no ano faz pessoa física vender mais do que comprar ações; saldo fica negativo em R$ 2,7 bi

Investidor estrangeiro e fundos de pensão, no entanto, retomaram as compras de papéis no mês passado

EPAMINONDAS NETO
DE SÃO PAULO

A desvalorização da Bolsa de Valores neste ano -de 6,8%- tem desanimado os investidores domésticos.
Dados da BM&FBovespa apontam que, há quatro meses, os participantes da categoria pessoa física (20% do giro da Bolsa) têm preferido vender a comprar ações no mercado acionário.
Somente no mês passado, as vendas superaram as compras por R$ 609,5 milhões, diferença bem superior ao saldo já negativo de R$ 44,4 milhões registrado em abril.
Em todo o ano, as operações de venda bateram as de compra por R$ 2,7 bilhões.
Esse comportamento vai na contramão dos investidores estrangeiros, que movimentam mais de um terço dos negócios da Bolsa.
Após quatro meses vendendo mais do que comprando, o fluxo de investimento dos participantes "não residentes" ficou positivo em R$ 2,9 bilhões, a maior cifra desde setembro.
Considerando os cinco meses, no entanto, o saldo ainda ficou negativo em mais de R$ 600 milhões.
Esses números não consideram as compras realizadas em IPOs (ofertas públicas de ações), em que os estrangeiros têm forte participação.
Os números da BM&FBovespa mostram que os investidores institucionais, como os fundos de pensão, também fizeram "saques" da Bovespa nos últimos meses, mas voltaram a comprar em maio.
No mês passado, as compras desses participantes -que movimentam outros 30% da Bolsa- bateram as vendas por R$ 2,058 bilhões. No ano, eles já compraram R$ 3,6 bilhões a mais do que venderam.
O diretor da Wagner Investimentos, José Raymundo Jr., nota que é típico do investidor pessoa física comprar na alta e vender na baixa e que falta "educação financeira" para a média dos participantes.
Ele ressalva, porém, que alguns analistas apontavam a Bovespa na casa dos 80 mil pontos ainda neste ano, o que dificilmente deve acontecer, mesmo nos cenários mais otimistas.
"O problema é que a memória de que era fácil ganhar dinheiro na Bolsa, como vimos entre 2003 e 2007, ainda está muito forte", considera.


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