São Paulo, sexta-feira, 09 de julho de 2010

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Emprego no setor industrial tem avanço pelo 5º mês seguido

Ampliação do número de horas pagas indica futuras contratações

PEDRO SOARES
DO RIO

Pelo quinto mês consecutivo, o emprego na indústria cresce, e os empresários já sinalizam novas contratações ao ampliarem o número de horas pagas aos trabalhadores de suas linhas de produção, revelam dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De abril para maio, o total de pessoas ocupadas no setor fabril aumentou 0,3%, já descontados os efeitos sazonais. Já as horas pagas, indicador antecedente de novas vagas, também avançou 0,3% -nesse caso, trata-se do quarto mês seguido em terreno positivo.
Desde janeiro deste ano, quando engatou uma retomada mais firme, o emprego na indústria acumula um crescimento de 2,4%.
O resultado não zera, porém, as perdas registradas durante a crise, e o nível de ocupação ainda está menor do que no final de 2008.
O mesmo ocorre com as horas pagas: elas somam expansão de 3% em quatro meses de alta, mas não revertem ainda as quedas acumuladas durante a turbulência global.

PERDAS DEVOLVIDAS
"Há uma clara tendência de recuperação do emprego e das horas trabalhadas. Isso é positivo, mas a reação é mais lenta do que a da produção da indústria, que, em março, já havia devolvido as perdas da crise", disse Fernando Abrita, técnico do IBGE.
É natural, segundo ele, que o emprego tenha uma reação retardada. Isso porque as empresas só voltam a contratar diante de um cenário de mais confiança e de perspectivas de uma retomada forte da economia.
"O emprego tem um custo, e há uma cautela maior antes de abrir vagas", afirmou Abrita.
Na comparação com maio do ano passado, os indicadores são ainda mais positivos, mas mascaram uma fraca base de comparação com os cinco primeiros meses de 2009, quando a indústria sentia com intensidade os reflexos da crise global.
Em relação a maio de 2009, o emprego industrial registra crescimento de 4,2%. Já as horas pagas tiveram expansão de 5,5%.

RENDIMENTO
O dado negativo da pesquisa, segundo o IBGE, é a evolução do rendimento na indústria. De abril para maio, a folha real de pagamento caiu 0,8%. Já na comparação com maio de 2009, houve um crescimento de 3,7%.
De acordo com Abrita, a retração é resultado principalmente do não pagamento de participação nos lucros de "uma grande empresa do setor de petróleo". Trata-se da Petrobras, que reduziu o benefício diante dos piores resultados de 2009.


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