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Emprego no setor industrial tem avanço pelo 5º mês seguido
Ampliação do número de horas pagas indica futuras contratações
PEDRO SOARES
DO RIO
Pelo quinto mês consecutivo, o emprego na indústria
cresce, e os empresários já sinalizam novas contratações
ao ampliarem o número de
horas pagas aos trabalhadores de suas linhas de produção, revelam dados do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De abril para maio, o total
de pessoas ocupadas no setor fabril aumentou 0,3%, já
descontados os efeitos sazonais. Já as horas pagas, indicador antecedente de novas
vagas, também avançou
0,3% -nesse caso, trata-se
do quarto mês seguido em
terreno positivo.
Desde janeiro deste ano,
quando engatou uma retomada mais firme, o emprego
na indústria acumula um
crescimento de 2,4%.
O resultado não zera, porém, as perdas registradas
durante a crise, e o nível de
ocupação ainda está menor
do que no final de 2008.
O mesmo ocorre com as
horas pagas: elas somam expansão de 3% em quatro meses de alta, mas não revertem
ainda as quedas acumuladas
durante a turbulência global.
PERDAS DEVOLVIDAS
"Há uma clara tendência
de recuperação do emprego e
das horas trabalhadas. Isso é
positivo, mas a reação é mais
lenta do que a da produção
da indústria, que, em março,
já havia devolvido as perdas
da crise", disse Fernando
Abrita, técnico do IBGE.
É natural, segundo ele,
que o emprego tenha uma
reação retardada. Isso porque as empresas só voltam a
contratar diante de um cenário de mais confiança e de
perspectivas de uma retomada forte da economia.
"O emprego tem um custo,
e há uma cautela maior antes
de abrir vagas", afirmou
Abrita.
Na comparação com maio
do ano passado, os indicadores são ainda mais positivos,
mas mascaram uma fraca base de comparação com os
cinco primeiros meses de
2009, quando a indústria
sentia com intensidade os reflexos da crise global.
Em relação a maio de
2009, o emprego industrial
registra crescimento de
4,2%. Já as horas pagas tiveram expansão de 5,5%.
RENDIMENTO
O dado negativo da pesquisa, segundo o IBGE, é a
evolução do rendimento na
indústria. De abril para maio,
a folha real de pagamento
caiu 0,8%. Já na comparação
com maio de 2009, houve um
crescimento de 3,7%.
De acordo com Abrita, a retração é resultado principalmente do não pagamento de
participação nos lucros de
"uma grande empresa do setor de petróleo". Trata-se da
Petrobras, que reduziu o benefício diante dos piores resultados de 2009.
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