São Paulo, quinta-feira, 09 de dezembro de 2010

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ANÁLISE

Ações geram riqueza e dão mais retorno ao investidor

MARCELO D'AGOSTO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O baixo volume e o perfil da poupança dos brasileiros estão entre os aspectos que dificultam o desenvolvimento econômico do país. A nossa baixa capacidade de poupança restringe o volume de recursos disponíveis para financiar investimentos e nos obriga a captar recursos extras no exterior. Outro limitador é que os investimentos em renda fixa absorvem parcela desproporcionalmente elevada da nossa escassa poupança, em prejuízo das aplicações em ações de companhias. Os investimentos em ações tendem a financiar a expansão dos negócios das empresas, gerando mais riqueza, consumo e emprego. Para os investidores, no longo prazo, tendem a gerar mais retorno. Vários motivos já foram apontados para que a parcela dos investimentos em ações seja pequena no Brasil. 1) As altas taxas de juros que distorciam a relação entre o risco da aplicação em ações e o retorno esperado; 2) O elevado deficit público que levava o governo a competir avidamente por todo recurso disponível, ocasionando uma concorrência desigual com as empresas; 3) E aspectos socioculturais relacionados à desconfiança dos brasileiros contra títulos em geral e a consequente preferência por ativos reais, como imóveis. Nos últimos anos a economia se estabilizou e cresceu, o governo reduziu seu deficit, os juros caíram e o mercado financeiro se sofisticou. Mas a parcela de investimento em ações continuou baixa. Por outro lado esse novo ambiente econômico proporcionou para as empresas brasileiras recordes de emissão de ações, que foram majoritariamente adquiridas por investidores estrangeiros. Superados os entraves estruturais, o próximo desafio será o de convencer a população brasileira de que o investimento em ações pode significar um maior poder de consumo no longo prazo.


MARCELO D'AGOSTO é economista e consultor de investimentos mobiliários.


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