São Paulo, quinta-feira, 09 de dezembro de 2010

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Governo incluirá meta de emprego na política industrial

Projeto para a gestão Dilma deverá exigir contrapartidas de cada setor beneficiado

JULIANA ROCHA
DE BRASÍLIA

Depois do fracasso da primeira política industrial, lançada em 2008 pouco antes de estourar a crise financeira, o governo Dilma Rousseff deverá ter uma nova PDP (Política de Desenvolvimento Produtivo).
A informação partiu ontem do ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, que está se despedindo do cargo. Segundo ele, o ministério está discutindo o projeto a ser entregue ao seu sucessor.
O ministro fez um mea culpa de um dos erros na elaboração da primeira política industrial: a falta de contrapartidas dos setores que receberam desonerações tributárias.
"Houve um erro do governo nisso. Tem que ter contrapartidas para desonerações tributárias", afirmou,.
Segundo ele, as exigências de metas de empregos, preços e investimentos em inovação serão incluídas no novo programa.
"As principais medidas de desoneração tributária adotadas pelo governo foram medidas anticrise, mas nenhuma contrapartida foi exigida das empresas beneficiadas", afirmou.
De acordo com Jorge, os principais setores beneficiados serão os que geram mais empregos, o de infraestrutura e máquinas e equipamentos. Esse último para estimular investimentos.
O ministro admitiu que a nova política industrial será analisada e discutida pelo próximo a assumir a pasta -o mais cotado para o cargo é Fernando Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte e amigo pessoal de Dilma.
Jorge lembrou que a presidente eleita era uma entusiasta do assunto quando ocupava a Casa Civil.

DESINDUSTRIALIZAÇÃO
Jorge disse discordar de um documento interno do ministério que alerta para os riscos de desindustrialização. Ele disse que alguns setores estão sofrendo com a crise e o real valorizado, mas não é uma situação generalizada.
"É possível que alguns setores desapareçam. Isso é natural em um processo de abertura comercial", disse, acrescentando que o câmbio gera distorções no comércio mundial.


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