São Paulo, quinta-feira, 09 de dezembro de 2010

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Economistas preveem aperto em 2011

Expectativa é que processo de subida dos juros seja retomado em janeiro, no primeiro Copom da gestão Dilma

Apesar das medidas tomadas na sexta-feira passada, a Selic deve continuar sendo a principal arma do BC

CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

Depois das medidas do Banco Central da semana passada para conter o crédito, economistas já esperavam estabilidade do juro básico agora em dezembro.
"Com as mudanças no compulsório, o BC foi direto ao ponto de maior preocupação, que é o consumo, e evitou pressionar os investimentos produtivos com alta de juros", diz Sílvio Campos Neto, economista-chefe do Banco Schahin.
Na sexta-feira passada, o BC aumentou o percentual de depósito compulsório -dinheiro que os bancos precisam deixar parado- e passou a exigir mais capital das instituições financeiras para empréstimos de mais de 24 meses a pessoas físicas.
Campos Neto acredita, no entanto, que o mais provável é que o aperto monetário seja retomado a partir de janeiro. O economista projeta três aumentos de meio ponto percentual da Selic durante 2011, o que levaria a taxa para 12,25% ao ano.
"A menos que o governo promova um ajuste fiscal efetivo, para reduzir o ritmo de alta ou mesmo deixar o juro estável. Mas acho difícil que isso aconteça", completa.
Rogério Mori, economista e professor da FGV (Fundação Getulio Vargas), diz que deverá haver aperto monetário no ano que vem por "algum grau de pressão inflacionária".
Mas destaca que as medidas recentes do BC para contenção do crédito indicam que, a partir de agora, outros instrumentos, além do aumento dos juros, vão ser considerados.
Já na avaliação de Vladimir Caramaschi, estrategista do Banco Credit Agricole, a Selic deve, sim, continuar como principal instrumento do BC para controle da inflação.
"Já voltamos aos níveis de compulsório de antes da crise global e não acredito que se deva ir muito além nessa questão", diz.
"Outro ponto é que Dilma se elegeu presidente com um discurso de continuidade, o que, economicamente, significa política fiscal mais frouxa e política de juros mais apertada", completa.


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