São Paulo, quarta-feira, 10 de agosto de 2011

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Mercedes anuncia parceiros em Minas

Montadora alemã define fornecedores de partes para montagem de caminhões na fábrica de Juiz de Fora

Pela primeira vez na história do grupo, uma fábrica de automóveis é remodelada para produzir caminhões

AGNALDO BRITO
ENVIADO ESPECIAL A STUTTGART

Depois de interromper a produção de carros e anunciar a primeira remodelação completa de uma fábrica de automóveis para outra de caminhões, a Mercedes-Benz divulgou, em Wöerth, Alemanha, o nome de três fornecedores em Minas Gerais.
O projeto tenta reaproveitar a fábrica de Juiz de Fora (MG) para buscar a liderança do crescente mercado brasileiro de caminhões. A produção começará em janeiro.
A direção brasileira da marca anunciou acordos com a Maxion (que montará o chassi), a Randon (que fornecerá kits periféricos do motor) e a Seeber (que entregará peças de plástico).
As três farão partes do projeto para produção em Minas de dois caminhões: o Accelo (caminhão leve para volumes entre 7 e 9 toneladas), hoje montado em São Bernardo do Campo (SP), e o Actros (caminhão pesado), hoje montado na Alemanha. Em 2010, a Mercedes-Benz decidiu encerrar, pela segunda vez, a produção de automóveis em Minas Gerais, unidade onde estava concentrada a estratégia de montagem de carros de luxo no Brasil.
Para aproveitar uma unidade industrial de 176 mil metros quadrados de área construída, o grupo decidiu remodelar a fábrica inteira. O plano vai consumir € 200 milhões para a montagem de 15 mil caminhões por ano.
Com um mercado que deve superar a marca de 150 mil unidades por ano (era de 35 mil unidades em 2003), a Mercedes-Benz vai redistribuir a produção de caminhões entre as duas fábricas, em Juiz de Fora e em São Bernardo do Campo (SP). "Achamos que o mercado brasileiro deverá continuar forte nos próximos 10 a 15 anos", diz Mário Laffitte, diretor de comunicação corporativa da Mercedes-Benz.

EXPANSÃO
A capacidade atual é de 65 mil unidades por ano, em São Paulo, e a possibilidade é de expandir em apenas mais 10 mil a produção. Por isso, a unidade de Juiz de Fora pode dar novo fôlego para a montadora no negócio de veículos comerciais pesados. A mudança obrigou a marca a fazer investimento na requalificação da mão de obra.
A montadora montou um programa de treinamento de 49 trabalhadores de Juiz de Fora. Todos estão fazendo treinamento em Wöerth, a maior fábrica de caminhões do Grupo Daimler Trucks no mundo. Será desse grupo a missão de repassar aos 800 trabalhadores de Juiz de Fora as informações sobre como serão montados os dois caminhões.
O projeto começa com um índice de nacionalização de 44% e deve progredir para alcançar 60% até 2014.

O jornalista AGNALDO BRITO viajou a convite da Mercedes-Benz do Brasil.


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