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Estrangeiras ampliam voos fora de Rio-SP
Crescimento econômico, real forte e maior demanda levam empresas aéreas internacionais para outras cidades
Para crescer no país, estrangeiras apostam em rotas com Recife, Belo Horizonte, Brasília, Salvador e Campinas
MARIANA SALLOWICZ
DE SÃO PAULO
As companhias aéreas estrangeiras estão apostando
em aeroportos fora do trecho
Rio-São Paulo para crescer
no Brasil.
Fatores como o crescimento econômico, a forte demanda de passageiros e o potencial de cidades além das capitais paulista e fluminense
-como Campinas, no interior de São Paulo- atraem
essas empresas.
Em julho, o aeroporto de
Viracopos, em Campinas, começou a operar o primeiro
voo internacional de empresa estrangeira para passageiros -da TAP, para Lisboa.
A movimentação nos aeroportos brasileiros em 2010 dá
uma amostra desse crescimento. Até agosto, 5,1 milhões de passageiros desembarcaram no país em voos internacionais, segundo dados
do Ministério do Turismo.
Esse volume é 11,8% maior
do que o registrado nos oito
primeiros meses de 2009 e é
recorde da série histórica
-que teve início na década
de 1990- para o período.
"O Brasil tem um mercado
pujante e isso está atraindo
as empresas internacionais,
que tendem a diversificar as
opções de voos", afirma Bruno Dalcolmo, superintendente de relação internacional da Anac.
"Hoje, não olham mais somente para São Paulo e Rio,
que é a porta de entrada, mas
também para cidades como
Brasília, Salvador e Fortaleza", completa.
Vale ressaltar que as empresas aéreas estrangeiras só
podem operar voos internacionais -ou seja, não podem
usar as rotas domésticas.
Para Dalcolmo, trata-se de
uma tendência, que deverá
se intensificar com o crescimento da economia.
Para este ano, o Banco
Central prevê crescimento do
PIB (Produto Interno Bruto)
de 7,3%. "Conforme o país
for crescendo, mais pessoas
irão voar, de todos os destinos, inclusive fora de São
Paulo e Rio", avalia.
PEDIDOS
Atualmente, a Anac tem
oito pedidos de companhias
estrangeiras para novos voos
internacionais fora do eixo
Rio-São Paulo.
A uruguaia Pluna já opera
voos de Montevidéu para seis
cidades brasileiras e pretende chegar a Campinas e a outra cidade -que não revela
por questões estratégicas-
em até seis meses.
"O Brasil é um país com
muitas possibilidades. É um
mercado que precisa ter as cidades médias atendidas,
sem passar por São Paulo,
porque há demanda. Nossa
estratégia é crescer fora de
São Paulo", afirma Gonzalo
Mazzaferro Gilmet, diretor
comercial da Pluna no Brasil.
Já a portuguesa TAP está
presente em nove aeroportos
do país com voos para a Europa e estuda novas rotas.
A participação do Brasil na
receita da companhia era de
25% em 2005 e subiu para
33% em 2010.
"O país é o mercado mais
importante para a TAP após
Portugal", diz o diretor da
companhia para a América
Latina, Mário Carvalho.
Segundo ele, um dos motivos para esse crescimento no
país é a valorização do real.
"Com a moeda forte, uma
viagem para a Europa ficou
mais barata, algumas pessoas já consideram ir passar
o fim de semana prolongado
lá." Nos últimos 12 meses até
sexta-feira, o dólar teve desvalorização de 8,66% em relação ao real.
INFRAESTRUTURA
A American Airlines, que
já voa de cidades como Belo
Horizonte, Salvador e Recife
para os Estados Unidos, também está diversificando as
opções de rotas.
A empresa oferecerá voos
diretos de Brasília para Miami em novembro, acrescentando uma nova porta de saída do país em sua lista com já
cinco aeroportos brasileiros.
"São Paulo está saturada,
ao mesmo tempo em que outras cidades do país têm potencial de atrair turismo e negócios e não precisam ficar
dependentes de São Paulo e
do Rio. Uma cidade como
Brasília tem potencial econômico muito alto", avalia Dilson Verçosa, diretor de vendas da American Airlines.
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