São Paulo, segunda-feira, 10 de outubro de 2011

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Presente financeiro divide especialistas

Para educadores, previdência para criança só vale para os pais que planejaram bem a própria aposentadoria

'Aposentadoria infantil' permite ao pai utilizar benefício fiscal para financiar universidade e futuro dos filhos

Luiza Sigulem/Folhapress
Para ensinar as crianças a cuidar do dinheiro, André Souza e Regina Torihara "negociam" presentes e incentivam a poupança dos filhos Tiago e Heitor

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

Nas vésperas do Dia das Crianças, os pais receberam neste ano junto dos folhetos de propaganda de brinquedo também as ofertas dos bancos para fazer um fundo de "aposentadoria infantil" e outros investimentos.
Apesar do mérito de pensar no futuro do filhos, a previdência é um dos produtos financeiros mais caros -as taxas de administração são altas, porque é um "seguro" e não um investimento- e difíceis de planejar.
Para valer a pena, quase nunca pode ser resgatada antes da hora -as alíquotas de IR (Imposto de Renda) são proibitivas, chegando a 35% no regime regressivo (diminui até 10% após dez anos).
Por outro lado, as contribuições podem ser abatidas na renda tributada e o IR não é recolhido a cada seis meses como nos fundos, acelerando a formação de patrimônio.
Mas os pais que não planejaram bem como vão bancar a própria velhice deixarão para o filho o ônus de ter de sustentá-los no futuro.
Finalmente, será difícil explicar ao filho que neste ano não terá brinquedo porque o papai preferiu fazer um plano de previdência privada.
"Vai gerar uma aversão na criança. Dá um presente e faz também um planejamento, seja com uma poupança ou previdência, para o futuro do filho", diz o educador financeiro Alvaro Modernell.
"Claro que é melhor o pai fazer primeiro a sua própria previdência. Depois, pode aproveitar os benefícios fiscais para financiar o estudo dos filhos", diz Osvaldo Nascimento, diretor de Investimentos e Previdência do Itaú.
"A previdência para crianças tem o mérito de permitir se apoderar de um dinheiro que, de outra formar, iria para a Receita Federal", afirma.
Para Modernell, o principal legado que os pais podem deixar é investir na educação, incluindo a financeira. O educador desenvolve conteúdo para diferentes idades.
"Não precisamos falar de números. Levamos as finanças para situações que as crianças conhecem, como a compra de brinquedos", diz.


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