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Tecnologia é libertadora, afirma editor do "NYT"
Jornalista diz que ferramentas da web vão proporcionar mais oportunidades
No Brasil para
participar de evento,
editor afirma que jornal
impresso vai existir
ainda por muito tempo
MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO
No Brasil para participar
do MediaOn 2010, encontro
sobre jornalismo digital e novas mídias promovido pelo
Terra e pelo Itaú Cultural, o
editor de notícia interativa do
"New York Times", Aron Pilhofer, defende que algumas
histórias são mais bem contadas na web. Ele conversou
com a Folha antes da palestra de abertura, ontem.
Futuro do jornalismo
Chegaremos a um ponto em
que não importa para o jornalista se o que ele produz será publicado como texto ou
em infográfico na web. Esse é
o futuro. Temos de reconhecer que algumas histórias são
mais bem contadas na web,
sendo abordadas de diferentes formas, com áudio, vídeo,
infográficos. Estamos começando a nos dar conta do poder desse tipo de jornalismo.
A tecnologia é libertadora e
vai proporcionar mais oportunidades [para os jornais].
Jornalista multimídia
Será que o jornalista vai ter
que aprender a programar,
editar vídeos, usar flash? Talvez não. Mas certamente não
dói. O mais importante é entender as oportunidades. Você não tem de ser fotógrafo
ou cinegrafista, mas tem que
entender as possibilidades
que esses recursos trazem.
Tem de ser curioso e superar
essa aura de mistério que
ronda a web. Essa é a grande
questão nas Redações hoje.
Papel x on-line
O papel ainda é o foco principal da Redação do "NYT",
mas a importância da web está crescendo exponencialmente. Cinco anos atrás, não
havia blog, e o espaço para
comentários gerava controvérsia. Não vai demorar para
que as duas áreas tenham
igual importância. Mas o jornal impresso vai existir ainda
por muito, muito tempo.
Interatividade
É relativamente fácil criar interação: você chamar pessoas para comentar, faz fóruns. Difícil é transformar isso em narrativas, usar a interação de forma a contar uma
história que faça sentido.
Exemplo
No dia da eleição do Obama,
criamos uma ferramenta
chamada Word Train (trem
de palavras) e convidamos as
pessoas a escrever, em uma
palavra, o que sentiam naquele momento. Depois elas
tinham de escolher entre
Obama, McCain ou nenhum.
As palavras tinham a cor do
candidato escolhido, e as
mais populares iam ganhando tamanhos maiores. Fugimos da cobertura tradicional, em que a gente vai para a rua entrevistar eleitor. E produzimos um espaço para o leitor construir suas próprias histórias, em tempo real.
FOLHA.com
Leia a íntegra da entrevista
folha.com.br/me828137
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