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Lula diz que não deu para baratear gás de cozinha
Brincando, ele culpou diretora da Petrobras
SIMONE IGLESIAS
SOFIA FERNANDES
DE BRASÍLIA
O presidente Lula fez uma
autocrítica ao seu governo,
ao dizer ontem que não conseguiu baratear o preço do
botijão de gás de cozinha.
Em balanço da segunda
edição do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento),
no Palácio do Planalto, responsabilizou a diretora de
Gás da Petrobras, Maria das
Graças Foster, a quem chamou de "mão-de-vaca".
"Vou sair com uma dívida
e é importante a imprensa
publicar: desde 2004, gostaria que a gente reduzisse o
preço do gás de cozinha e
tentamos encontrar formas.
Queria reduzir em R$ 10, e aí
tentou-se misturar com o cartão do Bolsa Família, mas o
fato concreto é que vou terminar o mandato e não conseguimos, porque a Graça é
mão-de-vaca e ela não quer
reduzir [o preço] do gás", disse, em tom de brincadeira.
Desde a criação do Bolsa
Família, em 2004, Lula analisa com a equipe econômica
uma forma de reduzir, ao menos para as famílias mais pobres, o preço do botijão.
No fim do ano passado,
Lula estava decidido a criar
um subsídio de R$ 10 no preço do botijão de gás para famílias de baixa renda beneficiárias do Bolsa Família.
Mas a Petrobras e o Ministério da Fazenda inviabilizaram a ideia pelo custo anual
estimado em R$ 1 bilhão.
Após Lula reclamar do preço do gás, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli,
afirmou que há sete anos o
preço do gás não teve aumento na refinaria.
Segundo ele, a alta de preços está ligada diretamente à
cadeia de distribuidores e varejistas. Gabrielli disse que a
Liquigás, que é da Petrobras,
tem 17% do mercado, mas essa fatia é insuficiente para
puxar os preços para baixo.
PRÉ-SAL INFLADO
Ao comentar a descoberta
de petróleo do pré-sal, Lula
admitiu, pela primeira vez,
que infla os números.
"Sei que o pré-sal não tem
todo o petróleo que penso
que tem, mas, certamente,
tem mais do que você [Gabrielli] diz que tem, porque
sei que você é obrigado a ser
conservador e, eu, a ser muito otimista", disse.
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