São Paulo, quarta-feira, 11 de agosto de 2010

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China tem maior superavit em 18 meses

Brasil supera a Rússia e se torna o 10º parceiro comercial da economia asiática, com US$ 32 bilhões em negócios

Saldo da China é impulsionado pela alta das exportações e deve elevar críticas à política cambial de Pequim


FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM
ÁLVARO FAGUNDES
DE SÃO PAULO

O superavit comercial da China em julho registrou seu nível mais alto dos últimos 18 meses. Os números mostram ainda que o Brasil se tornou o décimo parceiro comercial do gigante asiático, superando a Rússia.
A China fechou julho com um superavit de US$ 28,7 bilhões, bem maior do que os US$ 20 bilhões de um mês antes e acima das previsões de analistas do mercado. Para comparação: o superavit brasileiro foi de US$ 1,35 bilhão no mês passado.
O resultado foi explicado pelo aumento das exportações (38,1%, em comparação a julho do ano passado), superior ao crescimento das importações (22,7%).
Para Li Zhibin, economista do banco chinês Citic, o resultado não deve se repetir nos próximos meses, devido ao fraco desempenho dos EUA. Por outro lado, ele aposta em alta do consumo interno após recente onda de aumentos salariais.
Os números mostram ainda que o Brasil superou a Rússia, com quem a China tem uma longa fronteira, e agora é o décimo maior parceiro do gigante asiático. Desde janeiro até o mês passado, o comércio bilateral subiu 54,6%, chegando a US$ 32,51 bilhões.
O principal motivo é o aumento das exportações chinesas. As vendas brasileiras para a China ainda representam a maior parte da balança (US$ 19,6 bilhões), mas elas vêm perdendo força.
Um das explicações é a diminuição na compra de minério de ferro, o principal produto de exportação brasileiro à China e que, segundo o "China Daily", vem perdendo espaço para o indiano.
Em relação a junho, a importação chinesa de produtos brasileiros caiu 7,5%. Enquanto isso, as exportações chinesas, que somam US$ 12,9 bilhões, estão crescendo em ritmo forte. No ano, elas mais que dobraram (102,1%, ante a média geral de 3,56%) e, em julho, se expandiram em 14,8% ante junho.


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