São Paulo, terça-feira, 11 de outubro de 2011

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Parte da indenização paga pelos EUA vai ajudar algodão na África

Protocolo prevê uso de 10% dos US$ 147 milhões para financiar projetos de cooperação técnica

Valor pago ao ano pelos EUA após acordo é para compensar subsídios concedidos naquele país aos produtores

FLÁVIA FOREQUE

DE BRASÍLIA

Parte da indenização que o Brasil recebe dos Estados Unidos devido aos subsídios do governo americano aos produtores de algodão será usada para incentivar o setor em países em desenvolvimento, especialmente os da África Subsaariana.
De acordo com protocolo assinado ontem entre o Itamaraty e o IBA (Instituto Brasileiro do Algodão), 10% dos US$ 147 milhões pagos anualmente ao Brasil serão destinados a financiar projetos de cooperação técnica internacional no setor do algodão.
O instituto foi criado no ano passado justamente para administrar o valor depositado pelo governo dos Estados Unidos, hoje aplicado em pesquisas e desenvolvimento do setor no Brasil.
"O contencioso beneficiou dezenas de milhões de agricultores, tanto no Brasil quanto fora, em particular em países africanos mais pobres. [O acordo] proporciona um volume de recursos também sem precedentes para nossa cotonicultura, empregada em tecnologia, conservação ambiental e promoção do algodão nacional", disse Roberto Azevêdo, representante do Brasil na OMC (Organização Internacional do Comércio).
Em 2009, a OMC permitiu que o Brasil retaliasse os Estados Unidos em US$ 829 milhões, mas um acordo entre as duas partes acertou uma compensação temporária.
"O governo brasileiro reitera, no entanto, que a plena implementação pelos EUA das determinações da OMC no contencioso do algodão é o modo mais efetivo para gerar benefícios duradouros aos países que têm na cultura do algodão uma fonte de renda, empregos e desenvolvimento", diz nota do Itamaraty.
O fim dos subsídios agrícolas depende de aprovação do Congresso americano, onde enfrenta resistência.
Diante da crise econômica internacional, o chanceler brasileiro, Antonio Patriota, ainda anunciou medidas para estimular a competitividade do agronegócio nacional.
A intenção é mapear as barreiras comerciais aos produtos brasileiros e qualificar diplomatas nos 25 países considerados mais estratégicos para o setor.
"Estaremos viabilizando encontros regulares das áreas econômica e de promoção comercial do Itamaraty com lideranças empresariais brasileiras do setor manufatureiro e de agronegócio, a fim de que sejam melhor mapeadas as dificuldades específicas que os diferentes setores porventura enfrentem", afirmou o ministro.


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