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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
JPMorgan quer crescer com oferta de crédito no Brasil
"Existe um espaço de crédito no Brasil que, acreditamos, o JPMorgan possa
preencher", diz Cláudio Berquó, presidente do banco
americano no país.
Para Berquó, a união de
Itaú e Unibanco e a compra
do ABN pelo Santander deixaram uma lacuna para outras instituições financeiras.
"Itaú dava crédito para
cem clientes e Unibanco para
cem, ao se unirem, eles cortam o limite de crédito. Menos bancos concedem crédito no país." Em quais áreas
há espaço para ser ocupado?
"Em todas" é a resposta.
O banco reforçou a equipe
no Rio de Janeiro e vai abrir
entre o final deste ano e o início de 2011 uma unidade em
Curitiba. Depois virão mais
duas, uma no Nordeste, provavelmente em Recife, e outra no interior de São Paulo.
A estratégia para avançar é
ir atrás de clientes e de talentos, "gente com expertise em
crédito e nos clientes".
"Teremos quase mil pessoas nos próximos dois anos,
dois anos e meio", diz.
O banco contratou, apenas em 2010, cerca de 200
pessoas para todos os departamentos da instituição.
"As salas de um dos andares do banco não são mais
para receber clientes, mas
para entrevistar pessoas para
trabalharem no banco", conta Berquó. O JP deve crescer
neste ano 10% acima da projeção anterior, que era de alta
de 5% em relação a 2009.
"A combinação de um
banco grande que consegue
atuar em várias áreas e, agora, com o Gávea Investimentos [JPMorgan comprou 55%
da gestora de recursos do ex-presidente do Banco Central
Armínio Fraga], vai dificultar
para os competidores. Imaginamos ficar bem mais fortes
do que éramos", afirma.
Reajuste de planos de saúde não
chega a hospital, diz pesquisa
Os reajustes anuais praticados pelos planos de saúde,
justificados pelo aumento de
custo, não são repassados
aos prestadores de serviços
de saúde, como hospitais,
clínicas e laboratórios, segundo entidades do setor.
Os dados são de pesquisa
encomendada pelo Sindhosp (sindicato dos hospitais paulistas) e pela Fehoesp
(federação do setor), realizada pelo Vox Populi.
Os planos de saúde individuais, regulados pela ANS
(Agência Nacional de Saúde
Suplementar), tiveram reajuste de 6,73%, 5,48% e
5,76%, respectivamente em
2008, 2009 e 2010.
No entanto, o reajuste médio nos valores de diárias e
taxas dos hospitais, por
exemplo, foi de 4,5% em três
anos, segundo dados da pesquisa, a ser divulgada hoje.
Dos estabelecimentos pesquisados, um terço não recebeu nenhum reajuste, nem
abaixo da inflação, e 12,2% tiveram 13 planos que reduziram mais esses valores.
Dentre os laboratórios,
72,5% afirmam não ter recebido reajuste nos últimos três
anos, e um quarto dos entrevistados ainda teve redução
de aproximadamente 13,4%.
PAREDE DE GESSO
Termômetro da construção civil, o uso das chapas de
gesso "drywall" encerrou o
terceiro trimestre com alta
acumulada de 35,3% ante o
mesmo período de 2009.
Foram consumidos 24 milhões de metros quadrados
de chapas, segundo a associação de fabricantes.
A expectativa é de forte alta, já que Brasil e China ainda
têm consumo moderado
(0,08 m2 por habitante por
ano), na comparação com os
EUA (10 m2).
Muito usado em construções de hotéis e escritórios, o
sistema reflete o desenvolvimento da economia local.
São Paulo lidera o consumo no Brasil com 44% de
participação no período. É
seguido pelo restante da região Sudeste (21%) e pela região Sul (15%).
A construção civil deve fechar o ano aquecida, com
produção de cimento em 58
milhões de toneladas.
PEQUENOS E MÉDIOS
A Nossa Caixa Desenvolvimento, agência de fomento
do governo paulista, acaba
de alcançar R$ 200 milhões
de desembolso para pequenas e médias empresas no Estado. A agência, que ficou conhecida como "BNDES paulista", realizou, desde o ano
passado, mais de 1.200 operações em financiamento a
projetos de investimento,
compra de equipamento e
capital de giro. A agência deve elevar o volume com uma
plataforma on-line que permite que pedidos de financiamento sejam feitos no site.
FAMÍLIAS DO VINHO
Onze das principais famílias do mundo do vinho estão reunidas no Brasil. O país
foi escolhido para sediar o
encontro anual do PFV (Primum Familiae Vini) e promover as bebidas. É a primeira vez que os membros se
reúnem na América do Sul.
"O potencial do mercado
brasileiro para os vinhos de
alta qualidade é enorme. As
pessoas estão descobrindo a
bebida e aumentando o hábito de consumo", diz o barão Philippe de Rothschild,
do Château Mouton Rothschild, da França.
"O desenvolvimento socioeconômico dos brasileiros está elevando o interesse
da população por grandes
vinhos", diz Dominic
Symington, um dos proprietários da Symington Family
Estates, vinícola fundada
há 350 anos em Portugal.
Durante a visita no Brasil,
o grupo já fechou negócios
com hotéis e restaurantes
que passarão a servir as
bebidas.
Hoje, além de promover
os vinhos em um jantar de
gala, em que o convite custou R$ 2.500, eles realizarão
o leilão de uma caixa de 11
vinhos, um de cada família,
cuja renda será revertida para a Childhood Foundation.
Em 2009, na China, o leilão arrecadou US$ 25 mil.
Desenvolvimento Luiz
Carlos Bresser-Pereira recebe
na próxima semana o título de
doutor honoris causa pela
Universidade de Buenos Aires.
Na ocasião, o colunista da Folha fará conferência sobre "o
novo desenvolvimentismo".
Recíproco A prestação de
contas do governo deveria ter
a mesma transparência imposta às empresas pelo Sped,
sistema para entrega de informes à Receita, segundo Charles Holland, da Anefac.
Idas... Uma comitiva de 30
empresários e representantes
do governo da África do Sul,
entre eles o ministro de Comércio e Indústria do país,
Rob Davies, desembarca no
Brasil na segunda-feira.
...e vindas Durante a visita, o governo sul-africano
anunciará um pacote de incentivo fiscal na área da industria. A missão promoverá o
conceito Basic (Brasil, África
do Sul, Índia e China), lançado
em Copenhague.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e FLÁVIA MARCONDES
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