São Paulo, sexta-feira, 12 de novembro de 2010

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Império começou com o Baú da Felicidade, há mais de meio século

DE SÃO PAULO

No dia em que comemorou o cinquentenário do seu grupo empresarial, há dois anos, Silvio Santos foi ao palco da festa lembrar dos dias em que era chamado por delegados de polícia para defender a honra do seu negócio.
Nos primórdios do Baú da Felicidade, muitos consumidores pagavam seus carnês até a última prestação e só então descobriam que precisavam esperar um pouco mais para receber os produtos que haviam adquirido.
Meio século depois, Silvio Santos tornou-se um homem rico, e seus negócios se multiplicaram, mas a credibilidade de suas empresas depende tanto da pessoa do controlador como nos dias em que ele se esgoelava nas ruas para tranquilizar os clientes.
Filho de um comerciante grego e uma dona de casa turca, o empresário nasceu no Rio e completará 80 anos no dia 12 de dezembro. Batizado como Senor Abravanel, ele adotou seu nome artístico ao disputar concursos para locutor de rádio nos anos 50.
Silvio começou a trabalhar como camelô antes de completar 18 anos, vendendo capas de plástico para guardar documentos. Depois, criou um serviço de alto-falantes para tocar músicas e veicular anúncios numa das barcas que ligavam o Rio a Niterói.
O império empresarial começou a se formar em 1958, quando assumiu as rédeas do Baú da Felicidade, empresa criada um ano antes por um comerciante e um colega de Silvio na Rádio Nacional, onde ele era locutor.
Superados os percalços dos primeiros anos, o empresário fez o negócio prosperar, vendendo carnês durante shows em praças públicas que seguiam um roteiro parecido com o dos seus programas de televisão, com música, humor e comerciais.
A estreia na televisão se deu na década de 60, quando ele começou a comprar horários para seus primeiros programas, em que vendia os carnês do Baú da Felicidade e outros produtos. O SBT, sua própria rede de televisão, foi formado em 1981.
Silvio sempre usou a televisão como uma alavanca para os outros negócios. No início da década de 90, quando decidiu investir mais no departamento de jornalismo da emissora, assinou com seus executivos um contrato que o obrigava a pagar uma multa se tentasse interferir no conteúdo dos telejornais.
Foi nessa época que ele abandonou a política, depois de uma série de aventuras fracassadas. Ele se lançou candidato a prefeito de São Paulo em 1988, a presidente da República em 1989 e a prefeito novamente em 1992. Abandonou a primeira eleição por problemas de saúde, foi impugnado pela Justiça Eleitoral em 1989 e desistiu antes da convenção do seu partido em 1992.
Silvio sempre procurou manter alguma distância do dia a dia dos negócios, escolhendo executivos de sua confiança e muitas vezes parentes para cuidar da operação das empresas. Mas ele nunca deixou dúvidas sobre quem estava no comando.
"Se, amanhã, acontece um sucesso do grupo, recebo os elogios. Mas, se amanhã acontece um fracasso, o único responsável sou eu."


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