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Império começou com o Baú da Felicidade, há mais de meio século
DE SÃO PAULO
No dia em que comemorou
o cinquentenário do seu grupo empresarial, há dois anos,
Silvio Santos foi ao palco da
festa lembrar dos dias em
que era chamado por delegados de polícia para defender
a honra do seu negócio.
Nos primórdios do Baú da
Felicidade, muitos consumidores pagavam seus carnês
até a última prestação e só
então descobriam que precisavam esperar um pouco
mais para receber os produtos que haviam adquirido.
Meio século depois, Silvio
Santos tornou-se um homem
rico, e seus negócios se multiplicaram, mas a credibilidade de suas empresas depende tanto da pessoa do controlador como nos dias em que
ele se esgoelava nas ruas para tranquilizar os clientes.
Filho de um comerciante
grego e uma dona de casa
turca, o empresário nasceu
no Rio e completará 80 anos
no dia 12 de dezembro. Batizado como Senor Abravanel,
ele adotou seu nome artístico
ao disputar concursos para
locutor de rádio nos anos 50.
Silvio começou a trabalhar
como camelô antes de completar 18 anos, vendendo capas de plástico para guardar
documentos. Depois, criou
um serviço de alto-falantes
para tocar músicas e veicular
anúncios numa das barcas
que ligavam o Rio a Niterói.
O império empresarial começou a se formar em 1958,
quando assumiu as rédeas
do Baú da Felicidade, empresa criada um ano antes por
um comerciante e um colega
de Silvio na Rádio Nacional,
onde ele era locutor.
Superados os percalços
dos primeiros anos, o empresário fez o negócio prosperar,
vendendo carnês durante
shows em praças públicas
que seguiam um roteiro parecido com o dos seus programas de televisão, com música, humor e comerciais.
A estreia na televisão se
deu na década de 60, quando
ele começou a comprar horários para seus primeiros programas, em que vendia os
carnês do Baú da Felicidade
e outros produtos. O SBT, sua
própria rede de televisão, foi
formado em 1981.
Silvio sempre usou a televisão como uma alavanca
para os outros negócios. No
início da década de 90, quando decidiu investir mais no
departamento de jornalismo
da emissora, assinou com
seus executivos um contrato
que o obrigava a pagar uma
multa se tentasse interferir
no conteúdo dos telejornais.
Foi nessa época que ele
abandonou a política, depois
de uma série de aventuras
fracassadas. Ele se lançou
candidato a prefeito de São
Paulo em 1988, a presidente
da República em 1989 e a prefeito novamente em 1992.
Abandonou a primeira eleição por problemas de saúde,
foi impugnado pela Justiça
Eleitoral em 1989 e desistiu
antes da convenção do seu
partido em 1992.
Silvio sempre procurou
manter alguma distância do
dia a dia dos negócios, escolhendo executivos de sua
confiança e muitas vezes parentes para cuidar da operação das empresas. Mas ele
nunca deixou dúvidas sobre
quem estava no comando.
"Se, amanhã, acontece um
sucesso do grupo, recebo os
elogios. Mas, se amanhã
acontece um fracasso, o único responsável sou eu."
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