São Paulo, sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Estudo identifica que 17 países tentam desvalorização cambial

ÉRICA FRAGA
DE SÃO PAULO

Na tentativa de provocar uma desvalorização de suas moedas, 17 países têm adotado medidas de intervenção em seus mercados de câmbio ou controles de capitais, segundo estudo do Peterson Institute for International Economics, centro norte-americano de pesquisa.
Essas nações podem ser divididas em dois grupos: as que deveriam ser "censuradas" por sustentar moedas já extremamente desvalorizadas, contribuindo para acentuar desequilíbrios globais, e as que estão agindo apenas para se defender dos efeitos negativos de uma sobrevalorização cambial.
O primeiro inclui cinco nações asiáticas, como China e Cingapura, e a Suíça. Do segundo, fazem parte países de todos os cantos do mundo, como Brasil, África do Sul, Índia, Turquia e Japão.
De acordo com o estudo dos economistas Willian Cline e John Williamson, o real precisa se desvalorizar em cerca de 8% em relação às moedas de seus principais parceiros comerciais.
Esse é, segundo cálculo dos autores, o ajuste necessário para que a moeda brasileira atinja a chamada taxa de câmbio de equilíbrio.
Em economia, esse conceito normalmente se refere ao nível da taxa de câmbio que evita desequilíbrios domésticos, como inflação provocada por excesso de demanda, e externos, como superavit ou deficit em conta-corrente muito elevados.
Segundo Cline e Williamson, geralmente deficit ou superavit em conta-corrente sustentáveis são aqueles que equivalem a, no máximo, cerca de 3% do PIB (Produto Interno Bruto).
Para muitos economistas, o deficit do Brasil nas suas transações com o exterior -atualmente em 2,4% do PIB- caminha para nível acima de 3% do PIB.
O nível de subvalorização do yuan chinês é estimado pelos autores em 17%.
Uma das conclusões dos autores -direcionadas às autoridades do G20- é a necessidade de identificar os países cujas moedas estão excessivamente depreciadas e tomar medidas para evitar que eles persistam com ações para manter ou para acentuar essa situação.


Texto Anterior: Dilma faz planos para conter o real e critica EUA
Próximo Texto: Análise: Os países emergentes pagarão a fatura norte-americana
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.