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Estudo identifica que 17 países tentam desvalorização cambial
ÉRICA FRAGA
DE SÃO PAULO
Na tentativa de provocar
uma desvalorização de suas
moedas, 17 países têm adotado medidas de intervenção
em seus mercados de câmbio
ou controles de capitais, segundo estudo do Peterson
Institute for International
Economics, centro norte-americano de pesquisa.
Essas nações podem ser
divididas em dois grupos: as
que deveriam ser "censuradas" por sustentar moedas já
extremamente desvalorizadas, contribuindo para acentuar desequilíbrios globais, e
as que estão agindo apenas
para se defender dos efeitos
negativos de uma sobrevalorização cambial.
O primeiro inclui cinco nações asiáticas, como China e
Cingapura, e a Suíça. Do segundo, fazem parte países de
todos os cantos do mundo,
como Brasil, África do Sul,
Índia, Turquia e Japão.
De acordo com o estudo
dos economistas Willian Cline e John Williamson, o real
precisa se desvalorizar em
cerca de 8% em relação às
moedas de seus principais
parceiros comerciais.
Esse é, segundo cálculo
dos autores, o ajuste necessário para que a moeda brasileira atinja a chamada taxa
de câmbio de equilíbrio.
Em economia, esse conceito normalmente se refere ao
nível da taxa de câmbio que
evita desequilíbrios domésticos, como inflação provocada por excesso de demanda,
e externos, como superavit
ou deficit em conta-corrente
muito elevados.
Segundo Cline e Williamson, geralmente deficit ou
superavit em conta-corrente
sustentáveis são aqueles que
equivalem a, no máximo,
cerca de 3% do PIB (Produto
Interno Bruto).
Para muitos economistas,
o deficit do Brasil nas suas
transações com o exterior
-atualmente em 2,4% do
PIB- caminha para nível acima de 3% do PIB.
O nível de subvalorização
do yuan chinês é estimado
pelos autores em 17%.
Uma das conclusões dos
autores -direcionadas às autoridades do G20- é a necessidade de identificar os países cujas moedas estão excessivamente depreciadas e
tomar medidas para evitar
que eles persistam com ações
para manter ou para acentuar essa situação.
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