São Paulo, quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

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Êxito de leilão português anima a Europa

Em dia que era considerado crucial por analistas, procura por títulos do país é três vezes maior do que a oferta

Bolsa de Madri sobe mais de 5%; hoje é a vez de Espanha e Itália fazerem suas ofertas de papéis no mercado


VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES

Enfim a Europa teve um dia de boas notícias na área econômica para alguns de seus países com mais problemas: Portugal fez um bem-sucedido (na medida do possível) leilão de títulos públicos, e a Bolsa da Espanha subiu 5,42%, melhor resultado desde maio de 2010.
Muitos analistas consideravam que a quarta-feira seria crucial para o destino de Portugal. O país queria vender € 1,25 bilhão (R$ 2,7 bilhões) em títulos com vencimento em quatro e dez anos.
Se a procura fosse baixa ou fossem exigidos juros muito altos, o governo teria que bater às portas do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Central Europeu em busca de empréstimos para pagar suas dívidas.
Não foi o que aconteceu. A procura pelos títulos de dez anos foi três vezes maior que a oferta. Os juros foram altos (6,72%), mas pouco menores que os pedidos em novembro do ano passado (6,81%).
O ministro das Finanças de Portugal, Teixeira dos Santos, disse que o resultado mostra que os investidores acreditam que o país está no caminho certo para reduzir seu deficit e voltar a crescer.
Questionado se não era uma loucura considerar um sucesso o pagamento de juros de quase 7% (mais de quatro pontos percentuais acima do que paga a Alemanha, referência no continente), Santos disse: "Na conjuntura atual, não há dúvidas de que é um sucesso".
Apesar da euforia, o "sucesso" nem de longe acaba com a novela Portugal em crise. O país continuará na mira dos mercados e a lutar contra a volta da recessão.

ESPANHA E ITÁLIA
Hoje será a vez de Espanha e Itália colocarem títulos públicos à venda. A Espanha espera leiloar entre € 2 bilhões e € 3 bilhões (R$ 4,4 bi e R$ 6,6 bi). Já a Itália, € 6 bilhões (R$ 13,1 bi).
O avanço na Bolsa espanhola ontem (valorização de 5,42%) foi motivado pelo leilão português (bancos espanhóis estão muito expostos naquele país, e a queda de Portugal atingiria em cheio essas instituições) e também por declarações de dirigentes da União Europeia.
De um lado, disseram que a Espanha tem tomado medidas para melhorar suas contas e que não há risco de que precise de ajuda.
De outro, anunciaram que está em curso uma série de medidas para melhor enfrentar as crises de dívidas dos países do bloco. "Vamos ter em breve um pacote para lidar com problemas de curto prazo, mas também com os de médio prazo", disse Wolfgang Schäuble, ministro das Finanças da Alemanha.
Uma das medidas possíveis é aumentar o fundo para resgatar países em crise.


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