São Paulo, segunda-feira, 13 de junho de 2011

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Hotéis abrem novo ciclo a investidores

Baixa oferta de quartos e demanda em alta com a Copa devem fazer o aplicador pessoa física retornar ao setor

Para o sindicato da habitação, cerca de 70% dos quartos na cidade de São Paulo já estão com os "pequenos"

GABRIEL BALDOCCHI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Num cenário de baixa oferta de quartos e preparação para a Copa, o setor hoteleiro do Brasil volta ao foco dos investimentos.
Mais que atrair grandes fundos e redes internacionais, o momento deve fazer retornar um dos seus principais aliados: o pequeno investidor.
Pessoas físicas interessadas em manter um quarto de hotel como aplicação foram, no passado, e devem continuar a ser uma importante fonte de financiamento para o setor no país.
O Núcleo Imobiliário-Turístico e Hoteleiro do Secovi-SP (sindicato da habitação) estima que cerca de 70% dos quartos na cidade de São Paulo estejam nas mãos dos pequenos investidores.
As perspectivas de demanda sustentada ajudam a apagar o fantasma que manchou o setor nos últimos anos.
Durante o início dos anos 2000, uma crise de superoferta derrubou a ocupação e o valor das diárias. Ao invés de colher ganhos, o investidor teve de colocar recursos para pagar contas dos hotéis.
A situação se inverteu. A baixa oferta de quartos e a demanda em alta pressionam as taxas de ocupação e o valor das diárias. Os dois compõem a rentabilidade do investidor. São Paulo, por exemplo, está hoje no pico. Registra ocupação superior a 70%, o que na prática significa o limite durante a semana.
O cenário se repete em outras cidades. "Se você fosse ficar em Belo Horizonte, teria de fazer a reserva com três semanas de antecedência", diz Caio Calfat, do Secovi.
Consultores afirmam que a previsão de lançamentos ainda é baixa, o que afasta o temor de uma nova superoferta e mantém a pressão de demanda, que deve se intensificar em 2014.
"A Copa é um evento que vai provocar um aumento da rentabilidade média nos quartos", diz o presidente da Hotel Invest, Diogo Canteras.
Ele sugere que a sazonalidade do mundial não deve ser o único fator de análise do investidor.

RENDIMENTO
Especialistas trabalham com uma média de rendimento semelhante à de um imóvel alugado, com variação mensal média entre 0,5% e 1% do preço do imóvel.
Os quartos variam de acordo com fatores como localização, bandeira e categoria. Enquanto uma unidade do Ibis em Vitória (ES) custa cerca de R$ 100 mil, há interessados em pagar até R$ 1 milhão em quartos do Fasano Vieira Souto, no Rio.
O argumento do setor é que os hotéis oferecem perspectiva de valorização patrimonial de até 40% e o aplicador não precisa se preocupar com locação e reformas.
O desafio é encontrar oferta. No levantamento de novos investimentos da BSH, que aponta 198 novos hotéis até 2014, 30% devem ser incorporados para venda ao pequeno investidor.
A saída pode ser o mercado secundário, de revenda dos quartos, que tem um giro de cerca de 150 negócios por mês na cidade de São Paulo.
Há também a opção de entrar no setor via fundo de investimento. Criado em 2007, o fundo Hotel Maxinvest reúne 630 quartos em São Paulo. As cotas são negociadas na Bolsa e há distribuição de dividendos.


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