São Paulo, quarta-feira, 13 de julho de 2011

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BNDES desiste de investir no negócio

VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA

LEILA COIMBRA
DO RIO

O BNDES desistiu oficialmente ontem de investir até R$ 4,5 bilhões na fusão entre o Pão de Açúcar e o Carrefour.
A decisão foi tomada após a rejeição da proposta pelo conselho de administração do grupo francês Casino -sócio de Abilio Diniz no Pão de Açúcar- ontem, em Paris.
A presidente Dilma Rousseff havia condicionado o apoio à fusão a um entendimento amigável entre os sócios, o que não aconteceu.
Essa havia sido a posição do banco desde que a operação foi divulgada, reiterada e tornada mais explícita depois da repercussão negativa da operação no mercado. Principalmente com a rejeição do grupo Casino.
Em comunicado, o banco disse que, após a decisão do conselho do Casino, a diretoria da BNDESPar decidiu cancelar o enquadramento da operação solicitada pela Gama, empresa criada pelo BTG Pactual para a operação.
A Folha apurou que a desistência do banco invalidaria toda a proposta de fusão feita pela Gama. Isso porque a engenharia financeira elaborada estava condicionada à aprovação do BNDES.
Para o projeto ser levado adiante, uma nova proposta teria de ser elaborada do zero.
Chegou a ser noticiado na imprensa que o BTG Pactual e a corretora Estáter, responsáveis pela elaboração da operação, já contavam com a desistência do BNDES e por isso procuravam investidores no exterior para financiar a fusão.
Mas fontes próximas às negociações disseram que na realidade os sócios privados não estavam fazendo um "roadshow", mas sim entrando em contato com fundos já detentores de ações do Pão de Açúcar para a apresentação da operação.
Ontem, durante a reunião do conselho do Casino, Abilio Diniz, que também é conselheiro, mostrou estudos elaborados pela FGV (Fundação Getulio Vargas) e pela consultoria Tendências apontando as vantagens da fusão, mas foi voto vencido.
Mas vários outros estudos dos aspectos econômicos da proposta foram apreciados ontem pelo conselho: do Santander, da Goldman Sachs, da Messier-Maris & Associés, do Rothschild, da Merril Lynch e da Roland Berger.


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