São Paulo, quarta-feira, 13 de julho de 2011

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São Paulo é mais cara que Nova York, Paris e Londres

Cidade é a mais cara da América; Rio e Brasília também sobem em ranking

Perda de força do dólar em relação ao real e alta da inflação fazem com que SP fique em 10º entre 241 localidades

ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK


A escalada da inflação e o real forte fizeram com que São Paulo se tornasse a décima cidade mais cara do mundo para estrangeiros, batendo Nova York e europeias como Londres e Paris.
No ano passado, São Paulo aparecia na 21ª colocação no levantamento da consultoria britânica Mercer.
Em 2009, quando a crise global atingiu com mais força o Brasil, derrubando a cotação do real, São Paulo era a 72ª cidade mais cara.
A capital paulista agora é a mais cara da América na pesquisa que analisa 214 localidades e leva em consideração os preços de serviços e produtos para expatriados.
Grande parte dessa subida se deve ao aumento de preços. A inflação medida pelo IPCA aumentou 6,3% no acumulado de 12 meses até março deste ano -quando a pesquisa foi realizada.
O Brasil, ao lado da Índia e da China, é um dos países que mais registram inflação em alta, que se deve, em parte, ao maior preço das commodities (matérias-primas).
A perda de força do dólar em relação ao real é outra parte da explicação.
Esse ponto é importante porque o estudo tem como referência a cidade de Nova York. Os preços são comparados em relação à moeda norte-americana.
O dólar se desvalorizou em 8,4% em relação ao real entre o fim de março do ano passado e o mesmo período deste ano, tirando poder de compra do estrangeiro.

OUTRAS BRASILEIRAS
Esses dois fatores fizeram com que não apenas São Paulo galgasse postos no ranking das cidades mais caras. O Rio, que no ano passado era a 29ª mais cara, agora aparece como a 12ª. Brasília ganhou ainda mais posições, 37, e está imediatamente atrás de Nova York como a 33ª cidade mais cara do mundo.
Outras localidades, especialmente de economias emergentes, tiveram ganhos no ranking semelhantes aos das brasileiras.
A australiana Sydney, por exemplo, passou da 24ª colocação no ranking do ano passada para a 14ª no deste ano. Kuala Lumpur, na Malásia, ainda que permaneça na parte de baixo da tabela (100ª), ganhou 34 posições.
As chinesas Pequim e Xangai também subiram no ranking da consultoria e estão, respectivamente, na 20ª e na 21ª posições.
Países como o Brasil atribuem o fortalecimento das suas moedas em relação ao dólar ao plano do Fed (o BC dos Estados Unidos) de comprar US$ 600 bilhões em títulos do Tesouro para tentar acelerar a retomada da maior economia mundial. As aquisições, iniciadas no fim de 2010, foram encerradas no mês passado.
Um dólar fraco torna mais competitivas as vendas de produtos americanos no mercado internacional.


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