São Paulo, quinta-feira, 13 de outubro de 2011

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Americana vai oferecer internet via satélite no Brasil

Empresa Hughes ganhou leilão da Anatel e tem cinco anos para lançar ao espaço o primeiro de dois satélites

ELVIRA LOBATO
DO RIO

O grupo norte-americano Hughes confirmou planos de oferecer internet em banda larga, com acesso via satélite, no Brasil a consumidores residenciais.
A empresa foi uma das vencedoras, em agosto, do leilão da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para exploração comercial de posições orbitais brasileiras.
A Hughes surpreendeu o mercado ao oferecer R$ 145 milhões por uma posição orbital, após acirrada disputa com a Sky. O preço significou um ágio de 3.500% sobre o valor mínimo definido pela agência reguladora. A licitação ainda está em fase de recurso administrativo. A Anatel licitou quatro posições orbitais: duas foram arrematadas pela Hughes e duas pela Star One.
Os vencedores têm prazo de cinco anos para lançar o primeiro satélite, a partir da assinatura do contrato com a Anatel, e seis anos para lançar o segundo.
Durante o Congresso Latino-Americano de Satélites, encerrado na sexta-feira no Rio, o dirigente da Hughes no Brasil, Délio Morais, disse que a empresa -que hoje só atende clientes corporativos no país- pagou o preço necessário para entrar no mercado de consumo. "A charada está decifrada", disse o executivo ao ser questionado sobre os motivos que levaram a Hughes a elevar sucessivamente o preço. Ele não esclareceu, porém, qual o leque de serviços que a empresa pretende oferecer.
Há expectativa de que a Hughes vá concorrer com a Sky na oferta de TV paga via satélite. O acesso à internet para usuários finais, via satélite, ainda é escasso e caro no Brasil. Segundo as próprias empresas, ele atende basicamente grandes propriedades rurais em áreas remotas.
A Hughes pertence à Echostar, do magnata norte-americano Charles Ergen. Ele também é acionista da Dish, uma das principais empresas de TV paga via satélite dos Estados Unidos. A Dish, por sua vez, é concorrente da DirecTV, que no Brasil opera com a marca Sky. Há um aspecto curioso na entrada agressiva da Hughes no mercado de satélite brasileiro: Charles Ergen tem como sócio, na Dish, o mexicano Carlos Slim, dono da Embratel e da Claro, grande acionista da Net e controlador da Star One, principal operadora de satélite no Brasil.
Os dois grupos, parceiros no exterior, foram concorrentes na licitação da Anatel e cada um comprou o direito de usar duas posições orbitais brasileiras.

MERCADO AQUECIDO
No Congresso Latino-Americano de Satélites, ficou evidente que, a médio prazo, a oferta de capacidade satelital no Brasil será menor do que a procura.
O diretor da Intelsat para a América Latina, Estevão Ghizoni, disse que a empresa deslocou satélite da África para o Brasil. O satélite que a Hispamar (cujos acionistas são a Oi e a Telefônica) lançará em 2013 já está com sua capacidade vendida. A demanda é turbinada pela expansão da internet e das operações de TV paga.


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