São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 2011

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Supermercados apostam nas classes D e E para crescer

Pesquisa da Nielsen diz que famílias com renda de até R$ 680 devem alavancar vendas em 2012

MARIANA SALLOWICZ
DE SÃO PAULO

O crescimento no setor de supermercados tem sido impulsionado pela classe C nos últimos anos, mas o segmento já vê mudança de cenário. A previsão é que a partir de 2011 a alta venha das faixas de renda mais baixas.
"Os níveis econômicos da base, como as classes DE [renda familiar média de até R$ 680], ainda estão privados do consumo de algumas categorias de produtos", afirma Claudio Czarnobai, da Nielsen, que desenvolveu a pesquisa "Mudanças no Mercado Brasileiro 2011".
Segundo Czarnobai, em 2010, a alta no consumo de 139 categorias de produtos (alimentos e bebidas, higiene, saúde e limpeza) veio das classes C1 e C2 (renda familiar de R$ 962 a R$ 1.459).
Em 2011, virá da C2 e DE, enquanto em 2012 será basicamente da DE. "As classes da base da pirâmide assumem papel fundamental."
Martinho Paiva, economista da Apas (Associação Paulista de Supermercados), afirma que o setor já vem percebendo essa mudança e tem buscado se adaptar.
As grandes redes de supermercados têm feito transformações. O grupo Pão de Açúcar identificou a mudança de hábito dos consumidores emergentes. "Estamos vendo uma classe C muito mais consistente e uma classe D se misturando a ela", avalia o vice-presidente do grupo, Hugo Bethlem.
Uma das estratégias para atender ao público foi converter bandeiras CompreBem e Sendas em Extra Supermercado, que possui mais variedade de produtos e serviços.
O Carrefour também afirma ter identificado um crescimento na participação das classes C, D e E e tem diversificado o modelo de negócios.
"No Brasil, o Carrefour tem em seu portfólio os formatos Hiper, Bairro, E-commerce, Atacadão e Dia%, sendo estas duas últimas com maior presença de clientes destas classes", informa.


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