São Paulo, quinta-feira, 14 de julho de 2011

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Empresas sugeriram alternativa para viabilizar obra do trem-bala

Proposta era ter acordo com o governo para contratar o projeto executivo e aferir custos

Divergência entre o orçamento feito pelo governo e o apurado pelo setor privado chegou perto de 100%

AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO

Muito antes do fracasso do leilão do trem-bala, representantes do setor privado propuseram um modelo alternativo para viabilizar a obra.
A Folha apurou que a proposta previa a montagem de um acordo entre o governo e o setor privado com o objetivo de contratar o projeto executivo para o trem, algo que ainda hoje não existe.
Após o fracasso do leilão, o diretor-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Bernardo Figueiredo, anunciou a concessão do projeto em duas etapas. Na primeira, será escolhido o operador do trem (que definirá a tecnologia), e, na segunda, a disputa entre as construtoras.
A escolha da tecnologia tende a influenciar o custo do projeto e da operação, bem como determina se o país poderá ser, no futuro, um eventual fornecedor do projeto.
O operador, segundo a ANTT, será o responsável por fazer o projeto de engenharia. O projeto executivo detalhará o empreendimento e fará a aferição do custo -a mais próxima do real.
Uma das críticas mais fortes ao governo foi ter posto um projeto dessas dimensões sem um projeto básico.
O trem-bala foi a leilão apenas com estudos de demanda e traçado de referência.
A divergência entre o orçamento do governo e o apurado pelo setor privado chegou perto de 100% e motivou o fracasso.
A Folha apurou que as construtoras elevaram os níveis de risco em vários pontos da obra, por não possuir um projeto executivo. Exageraram no custo para não assumirem o risco.
A proposta original previa que no acordo participassem o governo, as empreiteiras, os detentores da tecnologia, os fundos de investimento e empresas estatais.
E era a partir desse grupo que poderia surgir a SPE (Sociedade de Propósito Específico), empresa que abrigaria o capital de todos os investidores do projeto. Essa seria a responsável por contratar o projeto executivo e negociar a obra ao preço de custo.
Nas audiências públicas para confecção de novo edital, há chances de a sugestão retornar à mesa.


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