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Saraiva entra no mercado de "ebooks"
Livraria iniciará vendas do iRiver na segunda-feira; iniciativa mostra amadurecimento dos livros digitais
Comércio de livros eletrônicos começa a se desenvolver com apoio de editoras, livrarias e fabricantes de hardware
Silvia Zamboni/Folhapress
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Marcílio Pousada, presidente da Livraria Saraiva, segura o leitor digital iRiver
CAMILA FUSCO
DE SÃO PAULO
Dois meses depois de lançar sua loja on-line de livros
eletrônicos, a Saraiva, maior
rede de livrarias do país, inicia a venda de leitores digitais a partir da próxima segunda-feira (16).
A companhia começa a
distribuir os leitores coreanos iRiver pelo site. Com capacidade para 1.500 livros,
funções de gravador de voz e
reprodutor de músicas, o
aparelho custará R$ 1.099.
"Este é o primeiro aparelho da série de leitores digitais que pretendemos oferecer. Imaginamos ter, até o
fim do ano, também o iPad,
da Apple", diz Marcílio Pousada, presidente da Livraria.
O aparelho da Apple, porém,
não tem data confirmada para chegar ao país.
Até o fim de agosto, a Saraiva também venderá o Alfa, da brasileira Positivo. O
Alfa custará cerca de R$ 700.
Em complemento às vendas
pela internet, as lojas físicas
da rede receberão os modelos nos próximos meses.
Também na próxima semana, a Saraiva atualiza sua
loja de livros on-line. Inaugurada em junho, a loja até agora oferecia livros para serem
lidos no computador. Até
agora foram 12 mil títulos distribuídos. Deles, 8 mil foram
obras gratuitas, fruto de parceria com a Imprensa Oficial.
O volume ainda é pequeno, mas marca o início da
tendência. "Os leitores atuais
são deficientes em conectividade e não têm loja embarcada, o que seria o ideal", diz.
AMADURECIMENTO
Existem hoje cerca de
1.500 títulos nacionais em
versão eletrônica, ante os 46
mil exemplares em papel editados no ano passado.
É igualmente pequena a
base de leitores digitais. São
10 mil unidades, frente a 2,9
milhões nos EUA.
A entrada da Saraiva na
venda destes aparelhos, ao
lado de outras iniciativas recentes de Fnac, Livraria Cultura, editoras e fabricantes,
devem contribuir para o crescimento do mercado.
O fenômeno pode não ser
integrado como nos EUA, onde a Amazon, tradicional varejista on-line, fomentou a
criação de um ecossistema
completo, da distribuição do
leitor Kindle até a entrega
dos livros eletrônicos.
"Iniciativas pontuais, porém, tendem a fazer o mercado crescer naturalmente, já
que com mais leitores, mais
conteúdo pode ser gerado, o
que ficará mais interessante
para o consumidor", diz Duda Ernanny, da livraria Gato
Sabido, que trouxe oficialmente o primeiro leitor digital ao país, em dezembro.
Hoje, além do Cool-er, Positivo, e a pernambucana Mix
Tecnologia já investem nas
vendas do aparelho.
Do lado das editoras, um
avanço expressivo veio em
junho, com a criação da Distribuidora de Livros Digitais
(DLD), reunindo as editoras
Objetiva, Record, Sextante,
Intrínseca, Rocco e Planeta.
A intenção é investir R$ 2 milhões até o fim de 2011.
CONTEÚDO DIFERENTE
Entre os autores não há
unanimidade, mas, para alguns, os leitores digitais são
o trunfo para conquistar os
jovens. Segundo o gaúcho
Moacyr Scliar, 73, com obras
à venda na Amazon, recursos
multimídia como os do iPad
darão vazão a outros tipos de
conteúdo. "O livro deixará de
ser só texto, embora sua beleza continue nas palavras",
resume.
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