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Caixa vai liberar crédito dentro de imobiliárias
Ideia é seguir modelo de carro, em que cliente sai da loja com financiamento
Prática foi introduzida pelo Itaú, que colocou um correspondente bancário em tradicional imobiliária de São Paulo
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
A Caixa Econômica Federal, que tem 76% do mercado
brasileiro de crédito imobiliário, se estrutura para dar o
maior passo para acelerar a
concessão do financiamento
da casa própria no país.
Ela quer fazer com que o
comprador de imóvel saia
com o empréstimo aprovado
dentro das imobiliárias e das
construtoras, exatamente como acontece no mercado de
veículos, em que o comprador sai da concessionária
com carro novo, financiamento e seguro aprovados.
A Caixa prospecta acordos
operacionais com as principais imobiliárias e construtoras do país e não descarta a
possibilidade de comprar
participações nessas empresas. O objetivo é manter a posição de mercado, quando os
concorrentes se estruturam
para crescer no setor.
"Precisamos de parceiros
na geração do crédito imobiliário. São vários modelos:
em alguns casos, pode aparecer via acordo operacional;
em outros, a gente pode
construir uma joint venture",
afirmou Marcio Percival, vice-presidente da Caixapar,
braço de participações da
instituição federal.
A adesão da Caixa ao modelo de "correspondente
imobiliário", em que os corretores de imóveis fazem
90% da origem de crédito
imobiliário, tem o potencial
de mudar a forma com que o
financiamento da casa própria acontece no país.
O correspondente imobiliário terá treinamento para
fazer simulações, esclarecer
dúvidas, identificar e propor
o melhor caminho de financiamento para cada cliente.
Poderá inclusive receber e
conferir os principais documentos, encaminhando tudo
para aprovação interna do
banco, que dá a palavra final.
"O controle de risco é da
Caixa. Você não vai deixar
um correspondente ou um
corretor de imóvel aprovar o
crédito. Mas é inegável que
ele tem um papel importante.
A rede da Caixa é muito grande e não vai parar de fazer
crédito. Nós vamos alavancar mais esse processo."
O modelo foi introduzido
há três anos pelo Itaú, que fez
parcerias com a Lopes e a
Coelho do Fonseca, duas tradicionais imobiliárias.
Na Coelho da Fonseca,
60% das vendas ocorrerão
com financiamento imobiliário neste ano. Em 2008, só
20% das vendas tinham financiamento e, no ano passado, já eram 40%.
"Antes, o financiamento
era para quem não tinha dinheiro. Hoje, é justamente
para quem tem alta renda e
dinheiro para pagar à vista.
Por que pagar à vista, se você
pode fazer um financiamento com o menor juro do Brasil? O cliente acaba financiando e guarda os recursos
para aplicar", disse Cláudio
Costa, gerente da Coelho.
A Caixa também busca sócios para atuar na parte operacional e na arquitetura do
crédito, como securitização
de recebíveis de crédito.
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