São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 2011
![]() |
![]() |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Diversificar com América Latina é nova tática chinesa Recursos naturais ainda são prioridade FABIANO MAISONNAVE DE PEQUIM A demanda chinesa por commodities continua pautando as relações com o Brasil e a América Latina, mas cresce o interesse do país asiático por projetos industriais com países da região. Essa é uma das conclusões do Fórum de Investidores China-América Latina, iniciado ontem em Pequim. "No ano passado, o Brasil representava mais da metade da atenção. Neste ano, é um pouco menos", afirma o britânico Christopher Garnett, presidente da LatinFinance, empresa que organiza o evento. Apesar do interesse mais diversificado, o Brasil continua sendo o mais citado nos painéis de debates. Questionado sobre outras diferenças com relação ao ano passado, Garnett afirma que há uma preocupação menor do lado chinês pela estabilidade política e mais discussões sobre manufaturas e investimentos "no sentido verdadeiro, mais cooperativo, em vez de só comprar". "Mas recursos naturais ainda são o tema principal. O Brasil continua sendo visto com uma mina, e a Argentina, como uma fazenda", afirma o britânico. Em linha semelhante, James Quigley, vice-presidente do Bank of America Merrill Lynch International, disse que "a China vê investimento em commodities e em agricultura como um direito humano. E assim é". Sobre a participação chinesa em projetos de infraestrutura, Garnett afirma que a demora na assinatura de acordos é natural. "Em projetos desse tipo, é inocência pensar que o ritmo pode ser mais rápido", afirma. Um exemplo de empresa interessada em investir em manufatura no Brasil é a estatal ZPMC, principal fabricante mundial de equipamentos para portos, além de atuar em outras áreas, como plataformas de petróleo. De olho no pré-sal, a subsidiária da construtora estatal CCCC, a maior da China, abrirá um escritório no Rio e procura parceiros locais. Segundo a gerente de vendas Karenyna Weiss, que volta em breve a trabalhar no Rio, a ZPMC negocia parcerias com Odebrecht e Queiroz Galvão, entre outras empresas. Ela não soube dizer o valor do investimento. Com cerca de 500 participantes, o evento teve praticamente o mesmo número de inscritos do ano passado. Entre as empresas presentes estão Bradesco, Vale, Camargo Corrêa e Itaú. Texto Anterior: Vinicius Torres Freire: Ignorâncias sobre a inflação Próximo Texto: Secretarias querem restrições para o acordo Amil-Medial Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |