São Paulo, sábado, 15 de janeiro de 2011 |
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Preço do suco de laranja anima produtores Redução em estoques e queda na estimativa da safra nos EUA explicam aumento da cotação NATÁLIA CANCIAN DE SÃO PAULO Os citricultores brasileiros começaram o ano com expectativas de maior faturamento para a próxima safra, que começa em junho. A cotação do suco de laranja na Bolsa de Nova York, que define os preços da commodity no mercado futuro, chegou a US$ 2.700 a tonelada no início desta semana. Os preços são os maiores já registrados desde 2007. Fatores como a redução dos estoques de suco e a queda constante no volume estimado para a safra norte-americana explicam a cotação recorde. Embora ainda dependente de negociações internas, a possibilidade de aumento no faturamento já anima os produtores e a indústria de suco nacionais. "O preço em Nova York sinaliza uma tendência. É um indicativo de que a indústria tende a ganhar dinheiro e a pagar melhor", diz o consultor de agronegócio Maurício Mendes. Para Flávio Viegas, presidente da Associtrus -associação que representa os citricultores-, a situação já é melhor do que nos últimos anos, apesar das previsões de que a safra brasileira fique abaixo da média. "No ano passado tivemos uma faixa de preço em R$ 16 a caixa de laranja. Agora, pode ir de R$ 18 a R$ 20. As negociações estão sendo feitas, mas ainda dependem das estimativas da safra e de como estiver o clima", diz. Os novos valores também se refletem nas exportações. O Brasil é líder na produção de suco de laranja do mundo, com cerca de 90% da produção destinada ao mercado externo, como a Europa. Projeção da CitrusBR (Associação Brasileira de Exportadores de Sucos Cítricos) indica que as exportações devem passar de US$ 2 bilhões neste ano. Em 2010, o valor ficou em US$ 1,7 bilhão. O volume exportado em toneladas, porém, não deve sofrer alterações. "O suco de laranja está perdendo espaço em relação a outras bebidas", afirma Christian Lohbauer, presidente da CitrusBR. FLÓRIDA E FRIO Se depender do volume produzido na Flórida, o segundo maior produtor mundial, a cotação pode continuar em alta. Relatório divulgado nesta semana pelo Departamento de Agricultura norte-americano mostra redução de 4% na estimativa inicial de produção de laranja. O frio intenso na região prejudicou os pomares. Pesquisadora do Centro de Estudos em Economia Aplicada, da USP (Universidade de São Paulo), Margarete Boteon diz que o cenário favorável para o Brasil ainda está sujeito a alguns fatores. "É muito difícil afirmar para qual direção o preço irá agora. Vai depender dos próximos relatórios, das estimativas de frio durante janeiro e meados de fevereiro na Flórida e do próprio desenvolvimento do fruto da safra paulista", afirma. Texto Anterior: Commodities: China investirá US$ 879 mi em soja na BA Próximo Texto: Análise/Agronegócio: Batalha dos preços relativos pode agravar a inflação Índice | Comunicar Erros |
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