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Portugal vê contágio da Irlanda e cogita pacote
País não descarta ter de recorrer à ajuda externa em meio à crise irlandesa
Europeus planejam
programa de auxílio de
US$ 100 bilhões para
o governo irlandês,
diz o "Washington Post"
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Com o aumento dos rumores de que a Irlanda vai ter de
recorrer à ajuda internacional, o governo português não
descartou que também vai
precisar de auxílio externo.
"O risco é alto porque não
estamos enfrentando apenas
um problema de um país ou
nacional. Isso é um problema
da Grécia, de Portugal e da Irlanda, não é um problema de
um único país", afirmou o
ministro português Fernando Teixeira dos Santos, sobre
a possibilidade de o país ter
que recorrer a um pacote financeiro internacional.
Para ele, Portugal vem sofrendo com o contágio dos
problemas irlandeses.
"Os mercados olham para
essas economias como uma
só porque todos estamos na
zona do euro [grupo de 16
países que usam a mesma
moeda]", disse. "Não é porque consideram que temos
situações similares."
O governo irlandês vem
sofrendo pressões por parte
de diversos países da região e
também do BCE (Banco Central Europeu) para que recorra a um pacote de ajuda.
O medo é que o país, que
ainda sofre com o resgate bilionário a seus bancos, não
consiga manter em dia as dívidas com credores externos.
O resultado é que, na semana passada, a diferença
entre o rendimento exigido
para comprar os títulos irlandeses e os alemães (referência para o mercado europeu)
chegou ao seu maior patamar -reflexo do risco do aumento de calote. E o mesmo
ocorreu com os papéis de
países que também têm grandes deficit, caso de Portugal.
Os ministros das Finanças
da zona do euro se reúnem a
partir de hoje na Bélgica e devem pressionar os governos
da Irlanda e de Portugal para
que apresentem detalhes dos
seus planos para lidar com a
dívida crescente.
Segundo o "Washington
Post", as autoridades europeias estão costurando um
pacote de US$ 100 bilhões
para a Irlanda, ainda que o
governo do país insista em
que não precisa do auxílio.
GRÉCIA
O temor dentro do bloco é
que a Irlanda repita o caso da
Grécia, no início deste ano.
Quando o deficit grego se
mostrou maior que o projetado pelo governo, as preocupações se alastraram, durante meses, para os mercados
de títulos e Bolsas europeus,
até que os governos decidiram montar um sistema de
auxílio aos países em dificuldades -o que acalmou os investidores internacionais.
Porém, o pacote de ajuda à
Grécia foi visto com insatisfação pela população de diversos países do bloco, caso da
Alemanha, e fica a dúvida se
os governantes vão arriscar
novamente a sua popularidade para ajudar a Irlanda.
O vice-presidente do BCE
Vitor Constancio afirmou
que o governo irlandês ainda
não solicitou ajuda, mas que
o auxílio poderia vir do fundo
de emergência montado pela
UE durante a crise grega.
FOLHA.com
Leia coluna de Clóvis
Rossi sobre a Irlanda
folha.com.br/pr830918
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