São Paulo, domingo, 17 de abril de 2011

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Brasil mira mercado global de animação

Estratégia para exportação inclui histórias com conteúdos universais e personagens aceitáveis por diversas culturas

Estúdios investem em tecnologia de ponta para tentar competir com estúdios como a Pixar e a Dreamworks


CAMILA FUSCO
DE SÃO PAULO

De olho no mercado global de animação, que supera US$ 80 bilhões (R$ 128 bilhões) por ano, produtoras e estúdios brasileiros começam a preparar sua internacionalização.
A tática inclui planos de negócio que contemplam a exportação de histórias com conteúdos universais, com personagens, trilhas sonoras e cenários aceitáveis por diversas culturas.
"A capacidade criativa do brasileiro é imensa, mas o espírito empreendedor internacional deixava a desejar. Agora começamos a ver mais iniciativas", afirma Marcos Magalhães, cineasta e professor da PUC-RJ.
Até hoje, as principais produções que envolvem brasileiros, como o sucesso "Rio", de Carlos Saldanha, foram feitas com capital estrangeiro e já nasceram no exterior.
Um dos exemplos da nova fórmula "animação tipo exportação" vem da Mauricio de Sousa Digital Productions (MSDP), empresa do criador da Mônica em parceria com a produtora Digital 21.
Com R$ 15 milhões em investimento conjunto, a empresa começa a criar os primeiros projetos de animação com ambição internacional.
Entre eles está uma série de 26 capítulos com o fantasma Penadinho, já negociada com o Cartoon Network.
Além do Brasil, onde estreia em julho, a série chegará ao México e a algumas cidades dos Estados Unidos.
O dinossauro Horácio e Astronauta serão os próximos a ganhar vida nas telas. Horácio deverá ter um longa metragem produzido para 2013, e Astronauta está em fase de desenvolvimento.
"Mais da metade do poder de consumo de animação está nos países de língua inglesa. Precisamos dançar conforme a música", afirma Mauricio de Sousa.
Tecnologia de ponta completa a fórmula considerada ideal para exportação.
Não à toa, os estúdios não poupam investimentos. Segundo Rodolfo Patrocínio, sócio-diretor da MSDP, alguns dos equipamentos para a finalização das produções chegam a R$ 1,5 milhão.

CONQUISTA DE MERCADO
A possibilidade de conquistar o mercado internacional vai além do conteúdo universal.
Ela passa pela competição com empresas como as americanas Dreamworks -de "Shrek" e "Madagascar"- e Pixar, de "Toy Sory", "Carros" e "Procurando Nemo".
Isso faz com que muitos projetos fiquem por anos na fase de planejamento.
Criadora da série "Peixonauta", em exibição há dois anos no Discovery Kids, a brasileira TV PinGuim ficou de 2001 a 2006 prospectando parceiros de negócio.
Os esforços deram certo e, após associação com a Discovery Kids, a PinGuim levou suas animações a 67 países.
"Esse é um mercado extremamente competitivo, há excesso de demanda, vindo de canadenses, americanos e japoneses", diz Ricardo Rozzino, sócio da TV PinGuim.
Mauricio de Sousa e seus sócios querem levar as animações futuramente aos países que já conhecem a Turma da Mônica dos gibis, entre eles Indonésia, China, Coreia do Sul e Filipinas.


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