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Minoritários da BrT rejeitam oferta da Oi
Proposta para adquirir papéis da Brasil Telecom e concluir fusão societária entre as operadoras foi recusada
Com isso, a Oi não poderá fechar o capital da Brasil Telecom para diminuir os custos,
como pretendia fazer
ELVIRA LOBATO
DO RIO
A Oi sofreu ontem um duro
revés em seus planos. Os
acionistas minoritários da
Brasil Telecom (BrT) rejeitaram trocar suas ações pelas
da Telemar, nas condições
propostas pela Oi.
Significa que a BrT continuará existindo como companhia aberta, quando o plano da Oi era fechar seu capital para diminuir custos.
As duas empresas já fizeram a fusão operacional e a
decisão dos investidores não
tem reflexo nesse campo.
O diretor de Relações com
Investidores da Oi, Alex Zornig, disse que não cogita fazer nova proposta de troca de
ações aos minoritários. ""Não
temos plano B" , disse.
A Oi comprou o controle
acionário da BrT em janeiro
de 2009, por R$ 5,8 bilhões,
mas as condições de troca
das ações dos minoritários já
tinham sido anunciadas em
abril de 2008.
O acerto era que uma ação
com direito a voto da BrT valeria 0,41 ação da nova Telemar (Oi e BrT já incorporada).
Para as ações preferenciais, a
paridade era de 1 BrT para
0,25 de Telemar.
As coisas se complicaram
no final de 2009, quando a Oi
comunicou à Comissão de
Valores Mobiliários e à Bovespa que estava suspendendo a troca das ações dos minoritários porque descobrira
um buraco de R$ 1,3 bilhão
na provisão de perdas em
ações judiciais contra a BrT.
A Oi comprou a BrT com
uma provisão de perdas em
ações judiciais de R$ 1,24 bilhão e o rombo foi revisto para R$ 2,53 bilhão. Com isso,
na ótica da Oi, a BrT passava
a valer menos.
Em março deste ano, ela
propôs uma nova relação de
troca ao minoritário: cada
ação ordinária da BrT passava a valer 0,39 ação da Telemar. A preferencial passava a
0,219 ação da Telemar.
REJEIÇÃO
Não é a primeira vez que os
acionistas controladores da
Oi são derrotados pelos minoritários.
Em 2006, os investidores
estrangeiros vetaram uma
reestruturação societária da
Telemar, em que as ações
preferenciais seriam trocadas por ordinárias. Os investidores concluíram que teriam prejuízo.
A Oi definiu as bases para
a compra da BrT, em abril de
2008, sem fazer uma auditoria na empresa, porque a regulamentação não permitia a
fusão de duas concessionárias de telefonia fixa. Por isso, não poderia ter dados sigilosos da concorrente.
A compra só se concretizou porque o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva mudou a
regulamentação, via decreto,
no final de 2008.
Para Alex Zornig, diretor
da Oi, a votação foi liderada
por investidores brasileiros.
Segundo o executivo, os minoritários vão perder dinheiro a longo prazo. A Oi não poderá unificar suas ações com
as da Brasil Telecom e terá de
manter duas contabilidades
separadas.
Analistas consideram que,
com isso, ela não conseguirá
obter as sinergias prometidas quando anunciou a compra da BrT. Resultado: queda
das ações.
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