São Paulo, quinta-feira, 17 de junho de 2010

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Índice de água é criado para ajudar investidor

Indicador aponta onde há escassez do recurso, qualidade e custo de tratamento

Divulgação de dados sobre o uso da água na indústria é limitada e não aponta para riscos financeiros, diz estudo

GRAZIELLE SCHNEIDER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em 2030, mais de um terço da população mundial vai viver em áreas de estresse hídrico, com escassez de água.
O dado é do estudo "Charting our Water Future" (Traçando o futuro da nossa água), divulgado pela consultoria McKinsey em 2009.
As áreas de estresse incluem muitos países e regiões que impulsionam o crescimento econômico global, como China, Índia, África do Sul e o próprio Estado de São Paulo.
Entre os interessados na temática estão investidores cujos negócios podem ir "por água abaixo" se não considerarem desde já a escassez do recurso como um risco às empresas em que investem.
No entanto, a divulgação de informações sobre o uso da água na indústria é limitada e não há contextualização dos riscos financeiros implicados em cada setor.
Para municiar os analistas, o WRI (Instituto de Recursos Mundiais, na sigla em inglês), junto com o Centro para Mercados Ambientais do Goldman Sachs e a General Electric, está desenvolvendo o índice da água.
Ele não somente apontará onde haverá escassez física do recurso mas também incluirá indicadores de qualidade, custos de tratamento e fatores sociais que podem afetar o acesso das companhias à água.
Com o mesmo objetivo, os organizadores do projeto Carbon Disclosure -que convenceram 2.500 empresas a divulgar suas emissões de gases de efeito estufa- lançaram o CDP Water Disclosure, no fim de 2009.
Foram enviados questionários a mais de 300 das maiores companhias do mundo para levantar informações sobre as questões relacionadas às suas políticas de gestão e uso da água.

RISCOS
Publicado em fevereiro, estudo da Ceres apontou oito setores mais expostos em caso de falta de água: bebidas, químico, energia elétrica, alimentos, construção de casas, mineração, semicondutores e petróleo e gás.
Com o maior controle dos órgãos reguladores, empresas podem sofrer ações judiciais pelos impactos de suas operações. Além disso, a falta de água aumenta a concorrência entre indústrias e comunidades pelo recurso.


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