São Paulo, segunda-feira, 18 de julho de 2011

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Tenho R$ 800 mil. Investir metade na construção de imóvel é uma boa?

M.V.V.B, de São Paulo

RESPOSTA DO PROFESSOR DA FGV WILLIAM EID JUNIOR - Para períodos curtos, a melhor alternativa é a renda fixa. Com esse montante, você consegue um CDB longo, com rendimento acima de 100% do CDI (taxa entre bancos, que espelha a Selic).
O problema é que, se o prazo é curto, o Imposto de Renda vai ser maior. Nesse caso, é bom deixar o dinheiro por dois anos.
Com uma Selic de 12% ao ano, você terá ganho líquido anual de 10,3% (R$ 173 mil em dois anos).
Sobre o imóvel: o problema é o risco. Hoje, existe uma região que você considera que está em expansão. Será que não há um monte de gente pensando assim?
Se isso ocorrer, todos vão comprar um terreno e construir uma casa. Daqui a um ano, pode ser que haja um excesso de oferta e seja difícil se desfazer do imóvel.
E lembre que os R$ 400 mil, após dois anos, terão se transformado em R$ 486 mil. É desse valor que você deve partir para fazer contas sobre o rendimento.
Vale a pena discutir um pouco os riscos. No caso da aplicação de renda fixa, se você optar por um CDB, o maior risco é de uma disparada da inflação.
Ela não está prevista no momento, mas, se acontecer, a taxa de juros tende a seguir a inflação, mas com alguma defasagem. Ou seja, seu ganho real será menor
Se a inflação for de 4% ao ano, uma previsão razoável, seus ganhos reais serão de 6% ao ano com o CDB.
Se pular para 7% ao ano, seu ganho real vai para 3%.
E nos imóveis? Ignorando fatores como bolha imobiliária, excesso de oferta e custos dos materiais, podemos esperar que os imóveis sejam uma proteção contra a inflação, mas no longo prazo. No curto, nada garante a proteção, até porque os preços flutuam em função de diferentes fatores.
Assim, para o curto prazo, o melhor é uma aplicação de renda fixa com bom rendimento, como o CDB.

PRODUTOS
Qual, neste momento e nos próximos seis meses, é o investimento mais lucrativo? Ações, imóveis novos, leilão de imóveis ou aplicações de renda fixa?
A.A., de São Paulo

RESPOSTA - Essa é a pergunta de R$ 1 bilhão. Não dá para saber, até porque, se alguém souber, não vai sair por aí espalhando. Aí vem outra questão: quem ganha com investimentos? Em geral, quem é disciplinado e olha para o longo prazo.
Disciplina quer dizer que todo mês você separa uma parte do seu dinheiro para fazer uma poupança.
Olhar o longo prazo significa que você não fica somente pulando de um galho para outro.
Você investe num tipo de produto e vai ficando nele até que ele não satisfaça mais seus objetivos.

PREVIDÊNCIA
Tenho R$ 6.000 e quero rendimentos melhores que da poupança. Pretendo fazer aportes mensais de R$ 200 e manter por 40 anos, com um ganho que acompanhe a inflação e com risco baixo/médio. Por onde começo?
R.A.S., de Rio Grande

RESPOSTA - Para um prazo tão longo, é fundamental que você se proteja contra os efeitos danosos da inflação.
Há duas alternativas: investir no Tesouro Direto em NTN-B (Notas do Tesouro Nacional - Série B), que pagam juros mais a variação da inflação, ou em ações.
As ações são ativos reais, parte do capital das empresas. Como tal, tendem a proteger da inflação.
Uma boa sugestão é investir em fundos de ações. Procure os que tenham as menores taxas, que, no varejo, ficam em torno de 2%.

EU INVISTO EM

"Eu gosto de investir em hotéis. Minha família tem hotel no interior de São Paulo, na região de Ribeirão Preto.
Gosto de investir no Estado do Rio de Janeiro, que tem o pré-sal, vai ter Copa do Mundo e a Olimpíada.
Já falta hotel no país e a procura vai aumentar ainda mais.
Hotel é um excelente negócio, estou contente."

MARIA PAULA, ATRIZ


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