São Paulo, quinta-feira, 18 de agosto de 2011

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Petrobras pode ter usina própria de etanol

Hoje, estatal produz o combustível apenas em parceria com outras empresas; meta é chegar a 12% do mercado

Nos próximos quatro anos, a companhia quer ampliar a produção do atual 1,3 bilhão de litros anuais para 5,6 bilhões

SOFIA FERNANDES
DE BRASÍLIA

Para cumprir a meta de intensificar sua atuação no mercado de etanol, que sofre há dois anos com constante escassez e alta de preços, a Petrobras poderá construir usinas próprias, afirmou ontem o presidente da empresa, José Sergio Gabrielli.
A Petrobras Biocombustível, subsidiária da estatal na produção de combustíveis com origem em fontes renováveis, hoje produz etanol apenas em parceria com empresas, como a Guarani, a São Martinho e a Total.
No atual modelo, a Petrobras é responsável por 5,3% do mercado nacional de etanol. Para chegar à marca desejada de 12% até 2015, Gabrielli afirmou que a empresa estuda a construção de usinas próprias e também a ampliação de investimento nas empresas com as quais já produz o combustível.
Nos próximos quatro anos, a estatal quer ampliar a produção do atual 1,3 bilhão de litros anuais para 5,6 bilhões.
O governo confia à Petrobras a missão de estimular investimentos no etanol e ampliar a produção para evitar novos períodos de escassez.
O plano de negócios da empresa prevê investimentos de US$ 4,1 bilhões até 2015.
O governo também trabalha a nova política para o etanol, que passou a ser considerado um combustível, passível de fiscalização e regulação da Agência Nacional do Petróleo. Antes, era tratado como produto agrícola inserido na matriz energética.
Também foi definido que o etanol deverá receber estímulos para estocagem, mas medidas de incentivo à atividade ainda não saíram por falta de acordo entre os ministérios de Minas e Energia e da Fazenda.
Segundo Gabrielli, o maior problema do etanol hoje não é falta de estoque, mas a pequena área plantada.
Ele disse que a forte demanda por etanol e problemas climáticos, que prejudicaram a safra de cana tanto no Brasil como na Índia, são os principais fatores para os problemas de desabastecimento e alta de preços.
Gabrielli disse ser fisicamente impossível guardar grande volume de etanol para segurar período de entressafra e que é mais eficiente que o país se resguarde financeiramente para os períodos críticos e plante mais cana.

MAIS ETANOL
A Nova Fronteira Bioenergia, joint venture da Petrobras Biocombustíveis e do grupo São Martinho, anunciou ontem que foi aprovado pelo seu conselho o investimento de R$ 520 milhões para ampliar a moagem de cana-de-açúcar da usina Boa Vista, de Quirinópolis (GO), dos atuais 2,35 milhões de toneladas para 8 milhões de toneladas.
Com isso, a unidade se tornará a maior usina de etanol de cana do mundo, diz Miguel Rossetto, presidente da PBio.
A previsão é que o projeto saia do papel ainda neste ano e seja concluído para a safra 2014/15.
Com isso, a produção de etanol da unidade sairá dos atuais 210 milhões de litros para 700 milhões de litros, distribuídos igualmente entre anidro e hidratado.

Com o Valor Online


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