São Paulo, sábado, 18 de dezembro de 2010

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BNDES quer prorrogar crédito para máquina

Banco estuda estender prazo em que itens podem ser financiados com taxa atraente

JANAINA LAGE
DO RIO

Criado para combater os efeitos da crise, o PSI (Programa de Sustentação do Investimento) triplicou a média de operações de empréstimo para compra de máquinas no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
O superintendente da área de Operações Indiretas, Claudio Bernardo de Moraes, estima que até o fim do ano sejam realizadas 270 mil operações. A média antes do programa era de 85 mil empréstimos/ano para aquisição de máquinas e equipamentos.
Segundo a Folha apurou, o BNDES é a favor da prorrogação do PSI, mesmo que haja uma elevação dos juros cobrados. No mês passado, o presidente do banco, Luciano Coutinho, defendeu o programa em reunião com empresários em São Paulo.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já sinalizou que o PSI acaba em março.
Além do esforço do governo para cortar despesas, o banco foi alvo de críticas durante as eleições por conta da injeção de recursos do Tesouro, de cerca de R$ 200 bilhões nos últimos dois anos.
Do outro lado, há receio de que o fim do programa cause uma corrida por crédito em conta nos próximos dois meses ou resulte em adiamento dos planos de investimento.
Empresas que buscam financiamento via agente financeiro (quando o risco da operação é assumido por outro banco) têm até fevereiro para entrar com pedidos. O prazo para as operações diretas no BNDES já acabou.
Segundo Moraes, de acordo com a procura, o banco pode ter de remanejar as linhas de crédito até março.
A taxa de juros do PSI foi revista neste ano e varia de 5,5% a 8%. Antes, o custo de empréstimo similar no banco seria entre 11,5% e 12%.
Moraes estima que nos bancos privados o custo das operações chegue a algo em torno de 23% a 25%. "O objetivo do programa era estimular o empresariado em um cenário de crise", diz.
O orçamento do PSI é de R$ 134 bilhões e até agora já estão comprometidos cerca de R$ 118 bilhões em operações em carteira.
Uma vantagem do programa foi a desconcentração dos empréstimos: as micro, pequenas e médias empresas obtiveram 51% dos recursos para máquinas. Nos empréstimos para ônibus e caminhões, elas representam 75% do total, até a primeira semana de dezembro.
As operações indiretas representam 63% do total. Nos empréstimos diretos concedidos pelo banco, as duas empresas com maior volume foram a Norte Energia, responsável pela construção da usina de Belo Monte, e a Cosan. Juntas, obtiveram cerca de R$ 5 bilhões.


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