São Paulo, sábado, 19 de março de 2011

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EUA registram 27 fundos para o Brasil

Deutsche Bank e Goldman Sachs aguardam a aprovação do órgão regulador norte-americano para lançar os seus

"Com a crise, ficou claro que existem grandes diferenças entre os emergentes", diz gestor do BNY Mellon Arx

ÉRICA FRAGA
DE SÃO PAULO

Na tentativa de saciar o maior apetite do mercado financeiro internacional pelo Brasil, bancos e gestores de recursos de fora têm lançado fundos nos EUA com o objetivo de investir exclusivamente no país. São os chamados "Brazil dedicated funds" (fundos dedicados ao Brasil).
A estratégia é recente. Há 27 fundos com esse perfil registrados na Securities and Exchange Comission (a CVM do mercado norte-americano). Desse total, 14 foram aprovados pela SEC ou lançados em 2010.
Outros três -incluindo fundos dos bancos Deutsche Bank e Goldman Sachs- aguardam o sinal verde da SEC para começar a operar.
Até pouco tempo, os fundos dedicados a mercados emergentes eram praticamente a única opção oferecida por gestores de fora para se investir no Brasil.
A carteira desses fundos tem papéis (como ações e títulos) brasileiros e de outros emergentes, como China, Índia, México e Turquia.
Nos últimos anos, gestores também passaram a aumentar a fatia de recursos aplicados pelos chamados "fundos globais" (que têm exposição a várias nações desenvolvidas e emergentes) no Brasil, na esteira do maior interesse de investidores pelo país.
Mas, à medida que esse maior interesse se converteu em moda -principalmente depois de o país ter resistido bem à crise global-, empresas de gestão e bancos decidiram transformar Brasil em um produto único.
"Com a crise, ficou claro que existem grandes diferenças entre os emergentes", diz Alexander Gorra, responsável pela plataforma internacional do BNY Mellon Arx.
O BNY Mellon Arx (que é parte do grupo BNY Mellon Asset Management) administra o Dreyfus Brazil Equity Fund, lançado em 2009.
O fundo é gerido no Brasil, mas comercializado nos EUA pelo Dreyfus (outro braço do BNY Mellon Asset Management). Tem como objetivo aplicar em ações de empresas brasileiras e oferece gestão ativa: o administrador escolhe os papéis e pode mudar a composição da carteira quando julgar adequado.
A maior parte dos outros "Brazil funds" lançados no mercado norte-americano são ETFs (sigla em inglês para Exchange Traded Funds), fundos cuja carteira de investimento reproduz a composição de um índice e tem cotas negociadas em Bolsas.

DIVERSIFICAÇÃO
Foram lançados nos últimos anos no exterior diversos índices de ações específicos para o Brasil. Isso tem viabilizado a onda de lançamentos dos "Brazil funds", que, em alguns casos, procuram atender demandas específicas. Há fundos focados, por exemplo, em empresas de médio porte e outros direcionados à infraestrutura.
"Considerando o tamanho da economia brasileira e o alto valor de mercado de várias empresas, é possível dividir a economia em vários setores em que se pode investir", diz Bruno del Ama, presidente-executivo da Global X Funds.
A empresa comercializa desde 2010 três fundos setoriais focados em Brasil e tem autorização da SEC para operar outros três.
Gestores como o BNY Mellon Asset Management e a Mirae Asset Global Investments -que lançaram fundos voltados para Brasil nos EUA em 2010- já ofereciam opções parecidas para investidores de outros mercados, como o europeu.
Peter Graham, chefe da área de marketing e desenvolvimento de produtos da Mirae, diz observar "um forte apetite entre investidores americanos por maior exposição ao Brasil":
"O mercado de ações brasileiro oferece um perfil de risco que complementa a alocação de recursos típica do norte-americano, geralmente mais exposta aos Estados Unidos".


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