São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 2011

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Mantega pede plano "realista" à Petrobras

Governo teme que estatal aqueça economia

PEDRO SOARES
DO RIO

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse ontem em Londres que o ministro Guido Mantega (Fazenda) pediu à Petrobras para preparar um plano de investimentos "mais realista, menos agressivo, sem excessos" e com foco "na eficiência".
Mantega preside o conselho de administração da Petrobras, do qual Coutinho é membro.
Coutinho disse que o plano da estatal é "ambicioso" e difícil de ser implementado.
"Nós colocamos pressão para a gestão ser muito eficiente, porque, se você não for eficiente em utilizar o Capex [investimento em capital], a taxa de retorno em muitos projetos vai cair."
O governo teme, apurou a Folha, que a estatal acelere muito os investimentos e dinamize, com isso, a economia em tempos de recrudescimento da inflação e num cenário de demanda ainda aquecida.
É que o peso dos investimentos da Petrobras é muito grande na economia -o plano de investir R$ 224 bilhões até 2014 representa 6% do PIB do país em 2010.
Internamente, já há a disposição da Petrobras em postergar alguns projetos que estão em sua fase inicial, como as refinarias do Nordeste (MA e CE). No primeiro trimestre, já houve redução de 11% nos investimentos.
A diretoria trabalha para manter, ao menos, os investimentos no mesmo volume atual. Ou seja, não quer sinalizar ao mercado um corte.
O tamanho da redução e os projetos a serem adiados, porém, não foram definidos. Dependem de novas discussões, que tomarão por base o resultado das análises e os estudos em curso.
O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, reconheceu, em conferência com analistas, anteontem, a possibilidade de retração nos investimentos.
"Fomos demandados pelo conselho de administração para reexaminar e prosseguir com estudos de sensibilidade. Um desses estudos incorpora a redução do Capex, mas não é a única questão a ser examinada. Há diversas variáveis em estudo."
Outro motivo determinante para um possível corte de investimentos é a menor receita prevista pela empresa.

Com a Bloomberg


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