São Paulo, segunda-feira, 19 de julho de 2010

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Dobra a chance de calote de europeus, afirma estudo

O temor da crise da dívida europeia se acentuou tanto no segundo trimestre que, na visão do mercado, dobraram as chances de alguns dos países do bloco darem calote.
São os casos de Portugal, Espanha e Grécia, países que estão no centro da crise e hoje são vistos como propensos a dar calote na sua dívida.
Pelo estudo da CMA DataVision, a chance de a Grécia dar calote nos próximos cinco anos supera os 50%, batendo até a da Argentina.
No terceiro trimestre do ano passado, quando as discussões sobre a dívida europeia ainda não haviam começado, a possibilidade de um calote grego era de 10%.
Situação parecida ocorre com Portugal, que hoje é visto como o nono mais arriscado (com 23,6% de chance de calote), e, no terceiro trimestre de 2009, estava entre os mais confiáveis, com 5%.
A percepção de risco é baseada no preço de negociação dos CDS ("credit default swaps", papéis que são uma espécie de proteção contra calotes) dos títulos soberanos desses países.
A possibilidade de um calote brasileiro subiu (de 9%, de janeiro a março, para 9,4%, no segundo trimestre), porém, o país caiu da 31ª para a 39ª posição entre os mais arriscados, em uma lista que abrange 70 nações.

OPERADORAS NA BERLINDA
Cerca de 65% dos clientes de telefonia celular no Brasil gostariam de mudar de operadora por considerarem que as concorrentes oferecem melhor custo-benefício.
Apesar da intenção, a migração ainda é pequena. "Isso se deve aos planos de fidelização e à preguiça dos consumidores", afirma Sandro Cimatti, diretor da CVA Solutions, empresa responsável pelo levantamento.
A pesquisa foi realizada com 7.200 consumidores e comparou as principais operadoras do mercado nacional, como Vivo, Oi, Claro e TIM. A Vivo possui maior capacidade de retenção de clientes, apesar de ter o maior custo. O setor brasileiro de telefonia é um dos mais mal-avaliados do mundo, de acordo com Cimatti. A CVA realizou o mesmo levantamento em diversos países.

PIPOCA EM CASA
A locadora on-line NetMovies, do grupo Ideiasnet, investe neste segundo semestre na ampliação da atuação geográfica e na oferta de serviços.
A empresa, que atende seis Estados (SP, RJ, MG, PR, SC e RS), passará a fazer entregas na Bahia e no Distrito Federal -além de expandir as cidades de atuação nos Estados já presentes. "As pessoas continuam gostando de assistir a filmes em casa. E estão exigindo uma conveniência maior", diz Daniel Topel, fundador e presidente da NetMovies.
A companhia lançará um novo modelo de negócios com a cobrança de assinatura que permitirá aos clientes assistirem aos filmes on-line. "A banda larga no Brasil está melhorando, o que contribui para aumentar os nossos serviços na área."

Proposta A Abinee (associação da indústria elétrica e eletrônica) levará ao governo proposta com medidas compensatórias para o setor. "Temos sofrido com a desindustrialização devido ao câmbio, que prejudica a cadeia. Empresas têm substituído componentes nacionais por importados para baratear o produto final", diz Humberto Barbato, presidente da entidade.

Primeira... CNI e Apex-Brasil mapearam quais serão os primeiros temas a serem tratados no escritório de representação criado em Bruxelas. O chefe do escritório, o português Rui Faria da Cunha, veio a São Paulo encontrar representantes de vários setores.

...batalha Cunha ouviu do setor de carne suína sobre as dificuldades das empresas de entrar naquele mercado e, do de aviação, sobre o excesso de incentivos estatais a empresas europeias. Do setor de mineração, ouviu sobre o Reach e o RMI, normas para padrões de fornecimento, vistas como barreiras não alfandegárias. O primeiro passo do escritório é auxiliar brasileiras a se enquadrarem no Reach, que afeta todos os setores industriais.

Negócio tecnológico O Mercado Eletrônico, especializado em transações entre empresas pela internet, comprou a Captiva, de soluções tecnológicas para áreas de vendas e marketing. A aquisição era negociada desde o início do ano.

DIAGNÓSTICO
A Bristol-Myers Squibb do Brasil lançará no país o Ipilimumabe, medicamento feito a partir de células vivas. Ainda sem nome comercial, o produto, usado no combate ao melanoma, aguarda aprovação da Anvisa. O Brasil, país com alta incidência da doença, é mercado prioritário. Nos próximos 24 meses, serão investidos US$ 8 milhões em marketing e vendas no mundo. O remédio deve chegar ao mercado em 2012. Nos primeiros dois anos, pode impulsionar o faturamento da empresa em US$ 20 milhões e chegar a US$ 100 milhões em dez anos, diz Silvia Sfeir, diretora da BMS. "Virão outras indicações, como câncer de próstata e pulmão."


com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK, FLÁVIA MARCONDES e ÁLVARO FAGUNDES


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