São Paulo, terça-feira, 19 de julho de 2011

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'Superarroz' busca parcerias para crescer e atingir o varejo

Zé Carlos Barretta - 7.jul.11/Folhapress
Dipika Matthias aponta grãos do arroz fortificado, usado para enriquecer o grão comum

TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO

Restrito ao setor público, o projeto "Ultra Rice", no Brasil desde 2008, quer alcançar o varejo para atingir 10 milhões de consumidores em três anos no país.
Hoje, 60 mil crianças consomem o "superarroz", oferecido na merenda escolar de Indaiatuba (SP), Dourados (MS) e Sobral (CE).
A tecnologia do "superarroz", da ONG internacional Path (programa para apropriação de tecnologia em saúde, em inglês), consiste em adicionar nutrientes (como ferro e zinco) a uma base de farinha de arroz.
Depois de pronta, a massa ganha o formato de grãos de arroz, que são misturados ao arroz tradicional na proporção de 1%. Essa mistura, segundo a ONG, é suficiente para combater doenças relacionadas à desnutrição.
A indiana Dipika Matthias, diretora do projeto, esteve no país neste mês para convidar indústrias e distribuidores a integrar a cadeia produtiva.
Para ela, existe demanda para o "superarroz" no varejo, pois o problema da desnutrição não está necessariamente ligado à pobreza.
"Temos deficiências de micronutrientes no Brasil e até nos EUA, também entre aqueles que não são considerados pobres, porque estão comendo alimentos processados que são deficientes em nutrientes", afirmou à Folha.
"Hoje temos uma equação interessante: aumento de renda e níveis nutricionais baixos, além de obesidade acompanhada de deficiência de micronutrientes", disse.
Segundo Dipika, o arroz fortificado pode cobrir falhas nutricionais na dieta diária de países que têm o arroz na base de sua alimentação.
Estudos citados pela ONG mostram que a desnutrição causa impactos no desenvolvimento econômico. "A deficiência em ferro é um dos maiores problemas, pois causa perda de produtividade. A consequência para a economia é um impacto de 2% a 5% no PIB, em alguns países."


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