São Paulo, quinta-feira, 19 de agosto de 2010

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Para se expandir, Rossi mira o Nordeste

Construtora aposta no segmento econômico, de imóveis de até R$ 250 mil, para aumentar atividades na região

Planos incluem ainda ampliar a atuação de 78 para 120 cidades no país em 2 anos; também está em foco o "retrofitting"

CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

Completando 30 anos em 2010, a Rossi é a quinta maior construtora do país em valor de mercado.
No embalo da expansão do crédito imobiliário para a classe média, a estratégia da empresa é manter de 50% a 60% do negócio ancorado no segmento econômico, que inclui residências de até R$ 250 mil.
O restante é diversificado: de moradias de alto padrão a conjuntos comerciais modernos -como o que abriga a sede da companhia, na zona sul de São Paulo.
A seguir, trechos da entrevista à Folha de Heitor Cantergiani, 58, diretor-superintendente da Rossi.

 

Segmento econômico
Quando os prazos de financiamento imobiliário aumentaram e as taxas caíram, há cerca de dois anos, adotamos a estratégia de manter de 50% a 60% do nosso negócio no segmento econômico, de residências de até R$ 250 mil.
Neste ano, devemos fechar com 55% dos lançamentos dentro dessa faixa.
Mantemos esse foco desde a procura dos terrenos até a realização dos projetos dos empreendimentos -que são mais padronizados.

 

Lançamentos
O volume total de lançamentos da Rossi deve ficar em R$ 3,3 bilhões em 2010. Em 2009, foram R$ 2,2 bilhões.
E estimamos um ritmo de expansão de 10% a 15% em 2012 e 2013. Em 2010, entregaremos 25 mil unidades no segmento econômico. No ano passado, foram 13 mil.
As moradias de até R$ 130 mil estão dentro do pacote habitacional do governo [Minha Casa, Minha Vida].
Na Rossi, entre 70% e 75% das residências do segmento econômico estão contempladas pelo programa.

 

Expansão
Estamos em 78 cidades no Brasil inteiro, incluindo principais capitais. E pretendemos estar, nos próximos dois anos, em 120 cidades com mais de 200 mil habitantes.
Temos parceiros locais -são 65, a maioria construtoras- que nos auxiliam com sua experiência em cada mercado.
Podemos fazer qualquer produto -desde escritórios, "minimalls", até residências para público de alta renda.
O momento é excelente para o segmento econômico, mas nós precisamos ter atuação diversificada para o caso de alguma mudança no cenário econômico em cinco anos.

 

Nordeste
No nosso plano de crescimento, o Nordeste tem um grande potencial.
Lá, o mercado ficou especialmente parado por muito tempo, o que resultou em um grande deficit de moradias.
Somando a isso o aumento da renda e a expansão do crédito imobiliário, o ambiente na região tornou-se muito favorável ao lançamento e à venda de imóveis.
Na região Nordeste, o segmento econômico é o mais promissor. Lá, de 80% a 85% dos lançamentos da Rossi deverão estar nessa faixa -parcela maior que a nossa meta nacional [de 50% a 60%].
O Sul é outra região com bom potencial e deve ficar com aproximadamente metade dos lançamentos no nicho econômico.

 

"Retrofitting"
O "retrofitting" [processo de recuperação e modernização de antigas construções, preservando as estruturas] é pouco explorado no Brasil, diferentemente do que acontece em outros países.
Já é realidade no Rio de Janeiro porque lá não há mais terrenos em locais privilegiados para construir.
Nós temos trabalhos de "retrofitting" no Rio. Entre eles, o de um casarão no bairro de Laranjeiras.
Lá, estamos construindo apartamentos de três e quatro quartos.
Temos todo o interesse em fazer "retrofitting" em São Paulo. O centro da cidade é uma ótima possibilidade para isso na área comercial, desde que a tão esperada revitalização da região aconteça.
É preciso que as empresas tenham interesse de instalar escritórios lá.


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