São Paulo, segunda-feira, 19 de setembro de 2011

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Brasileiro ganha mais, mas guarda pouco

Best-seller português das finanças, Pedro Queiroga Carrilho diz que lembrança da inflação ainda tem influência

Escritor vem ao Brasil lançar livro sobre empreendedorismo, opção mais acessível para ganhar dinheiro

Divulgação
O escritor Pedro Queiroga Carrilho, que recomenda aos leitores economizar e guardar entre 10% e 15% da renda mensal

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

O brasileiro guarda menos dinheiro do que deveria.
Segundo Pedro Queiroga Carrilho, 27, autor best-seller português de finanças pessoais, isso ainda é herança do longo convívio com a inflação, que impregnou a cultura financeira do país e ainda desmotiva a poupança.
Considerado o Gustavo Cerbasi português, Carrilho vem ao Brasil lançar "Descubra o Milionário que Há em Você" durante a Expomoney, feira de finanças pessoais, que vai de quinta a sábado no Transamérica Expo Center, em São Paulo.

 


Folha - Hoje, é mais fácil ganhar dinheiro no Brasil ou em Portugal? E guardar?
Pedro Queiroga Carrilho - Há um sentimento muito negativo no ar em Portugal e no sul da Europa. Portugal tem uma taxa de desemprego crescente.
Há muitos jovens que não conseguem arranjar trabalho. Mas, mesmo com todas essas dificuldades, Portugal está poupando um pouco mais do que antes.
Já o Brasil vai bem. Vemos muitas empresas portuguesas querendo investir aí. Fala-se muito na Copa do Mundo, nas Olimpíadas, nas taxas de desemprego baixas.
O Brasil deveria aproveitar esse bom momento para aumentar a poupança, que é ainda é muito baixa.

Por que o brasileiro tem tanta dificuldade de poupar?
Dadas as taxas de inflação muito altas, a maioria dos brasileiros se habituou a ganhar dinheiro e a gastar.
Ainda tem presente a época em que não podia esperar até a semana seguinte para comprar algo.
Como há crescimento e as pessoas conseguem ter mais dinheiro, é natural que gastem e que poupem menos.
Mas não acho que é mais difícil para brasileiro do que para um português. É mais difícil para quem não têm o hábito nem educação de fazer isso. Trazemos muito da mentalidade de nossos pais.

Quanto as pessoas devem guardar do que ganha?
As finanças pessoais dizem para gastar sempre menos do que se ganha. Se tivermos disciplina, podemos guardar sempre 10%, que é o mínimo; 15% é o ideal.

Qual é a receita do sucesso?
O dinheiro tem que servir para um fim. Se quero daqui dois anos fazer um curso ou trocar o carro, posso fazer um plano de poupança e, com pouco esforço, consigo o que quero.
É muito mais fácil se endividar e comprar, mas gosto de deitar e saber que não devo a ninguém.

Os públicos português e brasileiro são muito diferentes?
Em Portugal, um tema que preocupa é a proteção financeira. Para muitos, significa tirar o dinheiro de Portugal!
Proteção financeira no Brasil é diversificar o capital, garantir que o dinheiro esteja seguro e alocado em produtos que não comprometam o que foi difícil poupar.

Seus três livros falam em juntar um milhão. Por que esse número vende tanto livro?
Para motivar as pessoas, é preciso despertá-las e usar nomes e símbolos que as cativem. As técnicas das finanças pessoais são muito simples; a parte difícil é vencer os medos e as convicções de que "eu não consigo".
Escrevi "O Seu Primeiro Milhão" para as pessoas ousarem querer mais. Quem quer conforto financeiro tem que investir mais em si e na qualificação profissional para ganhar mais.

Do que fala o novo livro?
O livro que vou apresentar ao Brasil -"Descubra o Milionário que Está Dentro de Você"- fala mais de empreendedorismo.
Na minha opinião, tem que focar em coisas que dão renda -investir no mercado imobiliário, na Bolsa, escrever um livro.
No início não dá muita coisa, mas com foco e persistência dá para ganhar mais.Tem que fazer o dinheiro trabalhar por você.
A sugestão é explorar investimentos ou o negócio próprio. Quando a pessoa consegue montar bem uma empresa, tem um bom plano de negócio, consegue ganhar um bom dinheiro.



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