|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
País enfrenta competição chinesa no exterior
JULIANA ROCHA
MÁRIO SÉRGIO LIMA
DE BRASÍLIA
A desvalorização artificial
do câmbio e a eficiência do
seu parque industrial permitem à China abocanhar mercado em países que são tradicionais compradores de produtos brasileiros.
Representantes da indústria reclamam da competição
crescente dos chineses nos
Estados Unidos e na América
Latina, em especial na Argentina.
Embora o Brasil seja o
principal fornecedor dos argentinos, os chineses já exportam mais eletrônicos e
produtos químicos ao país vizinho. Esses são setores importantes na pauta de exportações do Brasil porque têm
alto valor agregado e um preço mais estável.
O Brasil adota medidas para proteger a invasão dos chineses em território nacional.
Das ações de defesa comercial hoje em vigor, chamadas
de antidumping, 40% são
contra os chineses.
A proteção no mercado interno não se repetirá quando
o assunto é a perda de clientes no exterior. O governo
brasileiro vai ficar de fora do
coro internacional para que a
China valorize sua moeda.
A Folha apurou que a opinião entre os diplomatas é
que, se o Brasil não tem condições de bater o inimigo, deve se unir a ele.
A mudança na cotação do
yuan faria a China perder
competitividade e devolveria
ao Brasil parte dos mercados
perdidos. Mas, na avaliação
tanto de empresários quanto
do governo, a inversão do
câmbio chinês seria fatal para a balança comercial.
Se a China deixar de controlar o yuan, o preço das
commodities no mercado internacional vai cair, prevê José Augusto de Castro, presidente da AEB (Associação de
Comércio Exterior do Brasil).
A China é o maior consumidor mundial desses produtos e capaz de influenciar
os preços com a mudança no
câmbio. O Brasil, que hoje
exporta mais commodities
que produtos industriais, seria prejudicado.
SETORES
Além da indústria de eletrônicos, químicos e peças,
os fabricantes de calçados se
queixam da concorrência
chinesa no exterior.
Em 2003, a indústria brasileira era responsável por
mais de 79% das importações argentinas de calçados,
fatia reduzida a 57,5% no primeiro trimestre deste ano. No
mesmo período, a participação chinesa passou de 12,5%
para 23%.
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Entrevista - Roberto Giannetti da Fonseca: Brasil e China são inimigos no câmbio Índice | Comunicar Erros
|