São Paulo, sexta-feira, 19 de novembro de 2010

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Regras de superavit têm que ser mais previsíveis, segundo OCDE

Órgão diz que isso elevaria credibilidade da meta do governo

DE SÃO PAULO

A OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) afirmou que o Brasil deveria aumentar a previsibilidade do seus cálculos no superavit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida pública).
"Aumentar a previsibilidade das decisões do governo em relação aos ajustes aumentaria a credibilidade do seu compromisso em atingir as metas fiscais", afirmou a entidade em relatório divulgado ontem.
A OCDE é um organismo que reúne algumas das principais economias do mundo, mas que não tem o Brasil entre seus integrantes (apesar de já ter sido convidado).
Nos últimos meses, o governo brasileiro tem se valido de manobras contábeis para salvar o resultado das contas públicas. A capitalização da Petrobras, por exemplo, foi usada para aumentar o superavit primário. E, no ano passado, os investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) foram incluídos no superavit.
No documento, a OCDE diz que o Banco Central vai retomar logo os aumentos da Selic (taxa de juros básica) e pede para que o governo retire os estímulos adotados durante a crise -a partir de 2008- para que reduza as pressões inflacionárias.
Segundo a entidade, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deve crescer 7,5% neste ano, apesar da desaceleração da atividade econômica a partir do segundo trimestre. A previsão anterior, feita em maio, apontava para expansão de 6,5% do PIB nacional neste ano.
Para o ano que vem, ela projeta crescimento de 4,3% para a economia brasileira.
A OCDE, no entanto, alerta para os riscos de uma desaceleração da China para a economia brasileira. Os chineses são não apenas os principais importadores de produtores brasileiros como o principal fator para a alta dos preços das commodities (principal produto de exportação de Brasil).

ECONOMIA GLOBAL
Para a economia mundial, a OCDE manteve a previsão de crescimento para este ano em 4,6%, a mesma estimativa feita em maio. Para 2011, a entidade projeta uma expansão de 4,2% do PIB global, ante previsão anterior de 4,5%. A taxa de crescimento prevista para 2012 é de 4,6%.
A China deve se desacelerar dos 10,5% projetados para este ano para 9,7% em 2011. Os EUA devem avançar 2,7% neste ano.


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