São Paulo, sexta-feira, 19 de novembro de 2010

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GM faz história e festeja "segunda chance"

Após concordata, montadora volta às Bolsas com o maior lançamento de ações já feito nos Estados Unidos

"Pouquíssimas empresas têm segunda oportunidade", diz o presidente da empresa na América do Sul

TATIANA RESENDE
DE SÃO PAULO

Um ano e meio depois de quase ir à falência e ter que recorrer à ajuda do governo americano para sobreviver, a GM voltou a ter suas ações negociadas na Bolsa -e com valorização expressiva.
Com os resultados financeiros positivos da montadora nos últimos trimestres, os papéis subiram forte no primeiro dia de negociação em Nova York (3,6%), indicando o otimismo dos investidores com a empresa.
Ao precificar anteontem as ações em US$ 33, a GM obteve US$ 20,1 bilhões, no maior IPO (oferta pública inicial, na sigla em inglês) dos EUA, superando os US$ 19,7 bilhões obtidos pela Visa em 2008.
Com a venda dos lotes suplementares, a abertura de capital da GM ainda pode chegar a US$ 23,1 bilhões, no que será o maior IPO global.
O preço da ação no fechamento da Bolsa ontem, de US$ 34,19, está muito acima do da época na concordata. Naquela ocasião, o papel da montadora estava sendo negociado em torno de US$ 1.
A GM que pediu concordata em junho do ano passado era uma empresa bem maior (teve que se desfazer de parte de suas subsidiárias), mas também acumulava bilhões de prejuízo nos trimestres anteriores (foram US$ 82 bilhões entre 2005 e 2008).
A capitalização feita pela Petrobras, que ocorreu em setembro, levantou cerca de US$ 67 bilhões.

BRASIL
No Brasil, o retorno da empresa à Bolsa foi comemora via telão, pelos executivos da unidade brasileira e da América Latina. O presidente da GM na América do Sul, Jaime Ardila, definiu a volta da montadora à Bolsa de Nova York como "o fim do começo de uma nova companhia".
"Tivemos a oportunidade, que muitos não têm, de uma segunda chance. Pouquíssimas empresas têm uma segunda oportunidade", disse o executivo na fábrica de São Caetano (SP).
Para a operação local, Ardila ressaltou que "não muda nada". A subsidiária brasileira voltou a enviar dividendos para a matriz neste ano, de valor não relevado.
O Brasil ganhou espaço com o agravamento da crise econômica e a reestruturação da GM, subindo de uma participação de em torno de 5% do faturamento mundial da companhia em 2008 para 8% neste ano. Há cinco anos, de acordo com Ardila, não passava dos 3%.

GOVERNO AMERICANO
A abertura de capital da montadora permitiu que o governo dos EUA, que injetou US$ 49,5 bilhões, reduzisse a sua participação na empresa de 61% para 33%.
Porém, para não sair no prejuízo, Washington terá que torcer para que os papéis da General Motors continuem se valorizando.
Estimativa da Bloomberg aponta que o governo americano precisa vender suas ações restantes a US$ 53,07 (alta de 55% ante o preço de ontem) para não perder dinheiro com a operação.


Com agências de notícias

FOLHA.com

Ouça entrevista com o presidente da GM na América Latina
folha.com.br/mm832584


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