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GM faz história e festeja "segunda chance"
Após concordata, montadora volta às Bolsas com o maior lançamento de ações já feito nos Estados Unidos
"Pouquíssimas empresas têm segunda oportunidade", diz o presidente da empresa na América do Sul
TATIANA RESENDE
DE SÃO PAULO
Um ano e meio depois de
quase ir à falência e ter que
recorrer à ajuda do governo
americano para sobreviver, a
GM voltou a ter suas ações
negociadas na Bolsa -e com
valorização expressiva.
Com os resultados financeiros positivos da montadora nos últimos trimestres, os
papéis subiram forte no primeiro dia de negociação em
Nova York (3,6%), indicando
o otimismo dos investidores
com a empresa.
Ao precificar anteontem as
ações em US$ 33, a GM obteve US$ 20,1 bilhões, no maior
IPO (oferta pública inicial, na
sigla em inglês) dos EUA, superando os US$ 19,7 bilhões
obtidos pela Visa em 2008.
Com a venda dos lotes suplementares, a abertura de
capital da GM ainda pode
chegar a US$ 23,1 bilhões, no
que será o maior IPO global.
O preço da ação no fechamento da Bolsa ontem, de
US$ 34,19, está muito acima
do da época na concordata.
Naquela ocasião, o papel da
montadora estava sendo negociado em torno de US$ 1.
A GM que pediu concordata em junho do ano passado
era uma empresa bem maior
(teve que se desfazer de parte
de suas subsidiárias), mas
também acumulava bilhões
de prejuízo nos trimestres anteriores (foram US$ 82 bilhões entre 2005 e 2008).
A capitalização feita pela
Petrobras, que ocorreu em
setembro, levantou cerca de
US$ 67 bilhões.
BRASIL
No Brasil, o retorno da empresa à Bolsa foi comemora
via telão, pelos executivos da
unidade brasileira e da América Latina. O presidente da
GM na América do Sul, Jaime
Ardila, definiu a volta da
montadora à Bolsa de Nova
York como "o fim do começo
de uma nova companhia".
"Tivemos a oportunidade,
que muitos não têm, de uma
segunda chance. Pouquíssimas empresas têm uma segunda oportunidade", disse
o executivo na fábrica de São
Caetano (SP).
Para a operação local, Ardila ressaltou que "não muda
nada". A subsidiária brasileira voltou a enviar dividendos
para a matriz neste ano, de
valor não relevado.
O Brasil ganhou espaço
com o agravamento da crise
econômica e a reestruturação da GM, subindo de uma
participação de em torno de
5% do faturamento mundial
da companhia em 2008 para
8% neste ano. Há cinco anos,
de acordo com Ardila, não
passava dos 3%.
GOVERNO AMERICANO
A abertura de capital da
montadora permitiu que o
governo dos EUA, que injetou US$ 49,5 bilhões, reduzisse a sua participação na
empresa de 61% para 33%.
Porém, para não sair no
prejuízo, Washington terá
que torcer para que os papéis
da General Motors continuem se valorizando.
Estimativa da Bloomberg
aponta que o governo americano precisa vender suas
ações restantes a US$ 53,07
(alta de 55% ante o preço de
ontem) para não perder dinheiro com a operação.
Com agências de notícias
FOLHA.com
Ouça entrevista com o
presidente da GM na
América Latina
folha.com.br/mm832584
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