São Paulo, sexta-feira, 19 de novembro de 2010

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China mira o Brasil para produzir ouro

Maior empresa chinesa no setor enxerga oportunidade para ampliar em mais de 50% a sua produção até 2015

Parte dos recursos que serão captados em oferta de ações em Hong Kong será aplicada fora do território chinês

DE SÃO PAULO

O maior produtor de ouro da China está de olho nas reservas brasileiras.
A China National Gold Group Corporation (CNGGC) vai aumentar a sua capacidade anual de produção em 56%, para 50 toneladas, nos próximos cinco anos. E grande parte dessa expansão deve acontecer fora da China.
"Estamos olhando para reservas de ouro no Brasil, Congo, Rússia, Venezuela e Mongólia. A maioria delas está no estágio inicial de exploração geológica", disse Du Haiqing, vice-presidente da empresa, ao jornal chinês "China Daily".
Em 2010, a produção de ouro da companhia deve alcançar o recorde de 32 toneladas, ante 28 toneladas no ano passado. Em 2015, só a produção de ouro fora da China deve somar 20 toneladas, estima o executivo.
Segundo Du, a mineradora é bastante cautelosa ao investir fora do país, mas também é "ativa".
Cerca de 30% dos US$ 309 milhões que serão captados por sua subsidiária China Gold International Resources em uma oferta pública inicial de ações (IPO), lançada nesta semana em Hong Kong, serão investidos fora da China.
O CNGGC possui 70 minas na China e responde por 10% da produção nacional. Em 2010, suas reservas devem alcançar 1.300 toneladas, ante 275 toneladas em 2006, segundo o "China Daily".
A China é o maior produtor e o terceiro maior consumidor de ouro do mundo, e vive um período de expansão. Segundo Du, a produção de ouro chinesa ultrapassará 320 toneladas este ano, depois de um avanço de 11% em 2009.
No terceiro trimestre deste ano, a demanda global por ouro aumentou em 12% em relação ao mesmo período de 2009, para 922 toneladas, de acordo com relatório do WGC (World Gold Council) divulgado esta semana.
A China foi um dos países que lideraram o aumento da demanda por joias, ao lado de Rússia e Turquia.
No mercado financeiro, o ouro também vem sendo mais procurado como alternativa de investimento. Incertezas em relação à economia mundial e a fraqueza do dólar fazem com que os investidores busquem ativos reais para aplicações.
Nos últimos meses, o ouro bateu sucessivos recordes de preço e chegou a valer US$ 1.400 por onça-troy (31 gramas). Ontem, foi negociado em torno de US$ 1.350 a onça em Londres.


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