Gasto das famílias com impostos diretos cresce 29%

Os gastos mensais das famílias com pagamento de quatro impostos diretos (IPTU, IPVA, ISS e Imposto de Renda) aumentaram 28,9% acima da inflação (medida pelo IPCA) entre 2002 e 2008.
Os valores foram pagos diretamente aos governos federal, estadual e municipal, segundo estudo inédito da Fecomercio SP, a partir de dados da POF (Pesquisa de Orçamento Familiar), do IBGE.
Em 2002, as 48,5 milhões de famílias brasileiras gastaram mensalmente R$ 6,03 bilhões com o pagamento desses quatro impostos. Em 2008, o montante pago pelas 57,8 milhões de famílias chegou a R$ 7,73 bilhões.
O levantamento mostra que cada família gastou mensalmente R$ 134,45 do orçamento para pagar os impostos -R$ 10 a mais que o valor médio mensal pago em 2002.
Segundo o estudo, o que as famílias brasileiras gastaram mensalmente em 2008 com impostos diretos é pouco mais da despesa total mensal com vestuário (R$ 7,5 bilhões). E mais que o dobro que gastaram com eletrodomésticos (R$ 3,5 bilhões).
"O resultado mostra a distorção no pagamento de impostos diretos do país. Ou seja, os brasileiros gastam mais pagando ao governo que adquirindo bens de consumo", diz Altamiro Carvalho, da Fecomercio SP.
Enquanto a despesa mensal com imposto subiu, o gasto com educação teve queda de 9,1% no mesmo período.
"É fato que ocorreu elevação na carga tributária. O agravante, porém, é saber que as famílias, apenas com quatro impostos diretos, sofreram impacto substancial [no orçamento] nesses seis anos", diz o economista.
"Essa despesa é uma das maiores dentre toda a composição de gastos familiares."

Norte e Nordeste têm os maiores aumentos, diz Fecomercio SP

As maiores variações dos gastos médios mensais com os quatro impostos diretos estão no Norte e no Nordeste.
"O crescimento econômico impactou, por exemplo, no aumento de mais de 100% de gastos médios mensais com impostos no Maranhão [128%] e na Paraíba [110%]", diz Altamiro Carvalho, economista da Fecomercio SP.
As famílias do Sudeste são as que mais gastaram com os impostos -R$ 4,6 bilhões, o que representa 60% do total das famílias brasileiras.
O valor médio mensal pago em impostos pelas famílias da classe A (R$ 1.555,28) é quase 110 vezes o gasto médio da classe E (R$ 14,27).
Na classe A, o estudo considera famílias com renda acima de 25 salários mínimos. Na E, é de até três mínimos.

INJEÇÃO NA OBRA
Após receber um aporte de US$ 30 milhões há dois anos, resultado de uma joint venture com a americana Paladin Realty Partners, a construtora brasileira Altana alocou o recurso em oito empreendimentos.
Cinco deles já foram lançados e três estão em fase de registro de incorporação para lançamento no segundo semestre, quando devem ser comercializadas mais 1.600 unidades.
"O VGV total é de R$ 350 milhões, sendo que R$ 117 milhões já foram lançados", diz Frederico Azevedo, diretor da construtora.
Azevedo está em fase final de negociação com a Paladin para assinar, nos próximos meses, um contrato para uma nova injeção de recursos. "A Paladin concluiu a captação de investimentos de US$ 100 milhões para seu novo fundo, especializado em Brasil, e tem outro para a América Latina", afirma.
O novo aporte para a construtora, que deve ser semelhante ao primeiro ou superior, virá de um dos dois novos fundos, ou de ambos, segundo o empresário.
"O foco é o Estado de São Paulo, mas podemos começar a estudar o Rio", diz.

BRASIL NA LANTERNA
O Brasil registrará neste ano um dos crescimentos mais baixos da América Latina, segundo a EIU (Economist Intelligence Unit). O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro aumentará apenas 3,1% em 2011, de acordo com a consultoria.
O estudo reforça a expectativa de que o país crescerá menos que a maioria de seus vizinhos, como indicou a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) na semana passada.
Todos os outros países analisados pela EIU terão desempenho econômico melhor que o Brasil em 2011.
A Argentina e o Peru, por exemplo, terão crescimento de 6,7% e 6,2% neste ano, respectivamente, segundo a EIU.
A Venezuela, por sua vez, registrará alta de 3,3%.
Para 2012, as perspectivas da consultoria para o Brasil são um pouco melhores, com aumento de 4,0% no PIB.
Entre as economias analisadas pelo levantamento, apenas o México tem uma previsão inferior para o próximo ano, de 3,3%.
Colômbia e Chile são os países que terão maior alta no PIB em 2012, de acordo com a consultoria, de 4,9% em ambos os casos.

VAGÃO PERUANO
A Odebrecht concluiu o trem elétrico de Lima, no Peru, em 18 meses, com investimento de US$ 410 milhões.
As obras da primeira linha de metrô de Lima e Callao haviam começado há 25 anos por outra empresa, mas estavam interrompidas.
A construtora brasileira assumiu, em 2009, para construir 12,5 km de viaduto elevado, com nove estações de passageiros.
O consórcio, composto por Odebrecht (67%) e Graña y Montero (33%), também ficou responsável pela adequação do sistema eletromecânico e pela modernização de cinco trens existentes.
Cerca de 5.500 trabalhadores participaram das obras entregues neste mês.

Energia... O Conselho Superior Estratégico da Fiesp se reunirá hoje para discutir as concessões para o setor elétrico no Brasil. A entidade defende a realização de novas licitações nos próximos anos.

...em discussão Entre os membros do conselho estão José Roberto Ermírio de Moraes, Fábio Barbosa, Ivan Zurita, Jorge Gerdau Johannpeter e Josué Christiano Gomes da Silva.

com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK, VITOR SION e CLAUDIA ROLLI


Próximo Texto: Cotações/Ontem
Índice | Comunicar Erros